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R. Moura passa de 700 min sem gol e vira 'arma' da torcida contra Abel

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

08/09/2014 11h00

Rafael Moura completou, neste domingo diante do Figueirense, oito partidas sem balançar as redes. O jejum de gols do centroavante, que no relógio equivale a 720 minutos, virou uma das armas da torcida no reclame com Abel Braga. O treinador é acusado pelos colorados de defender em demasia o camisa 11, um dos alvos do protesto que cercou o vestiário do Beira-Rio após a derrota por 3 a 2 para o time de Florianópolis.

Além da produção fraca de He-Man no campo, com o último gol sendo o da vitória em cima do Santos, no dia 03 de agosto, o discurso de Abel em relação ao atacante é que tira os torcedores do sério.

"Tenho mantido o Rafael Moura, como outros estão sendo colocados. Ele não teve uma chance de gol que não fez. Amanhã se tiver que tirar um, dois ou três, vou fazer sem qualquer tipo de problema. Mas não se pode colocar em um jogador a responsabilidade da derrota", disse Abel Braga após a virada cedida para o Figueirense, em jogo da 19ª rodada.

Considerado vilão do time do Inter há tempos, Rafael Moura precisou achar uma saída alternativa do estádio neste domingo. E ao cruzar pela passarela que liga o Beira-Rio ao edifício-garagem, foi xingado por dezenas de torcedores. Em vídeo postado nas redes sociais, os colorados pedem para o atacante deixar o clube.

Rafael Moura passou em branco contra Ceará, Goiás, São Paulo, Atlético-MG, Bahia, Palmeiras e agora Figueirense. Titular em 15 das 19 partidas do Internacional no Brasileirão, ele marcou apenas quatro gols. Wellington Paulista, reserva imediato, não se permite comentar a fase do colega. Uma postura que soa como reserva a maiores críticas públicas.

"Eu já passei por isso, então sei que é um pouco complicado o que está acontecendo com o Rafael", disse Wellington Paulista.

Diante do Vitória, na próxima quarta-feira, Abel Braga admitiu que pode mexer na equipe. Mas não afirmou com todas as letras que Rafael Moura tenha chances de ser sacado. A defesa ao centroavante, homem de confiança do técnico desde os tempos de Fluminense, e o jejum de gols vão corroendo a relação da torcida com o comandante vermelho.