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Inter desaprova pênalti batido (e perdido) por R. Moura: "Não era dele"

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

24/09/2014 22h46

Rafael Moura teve a chance de seguir caminhando para a reconciliação com a torcida do Internacional, mas não conseguiu. Nesta quarta-feira (24), o centroavante ganhou a bola de D’Alessandro e cobrou o pênalti sofrido por Eduardo Sasha. Mas o goleiro do Criciúma, Bruno, defendeu o chute e não permitiu a volta por cima. Pior: deu origem à críticas sobre a troca no batedor.

Abel Braga e a diretoria do Internacional desaprovaram a decisão de D’Alessandro e Rafael Moura. O argentino, capitão do time, é cobrador oficial. Mas entregou a bola para o colega, que busca redenção.

Mesmo que a partida já estivesse definida, com o placar marcando 3 a 0 para o Inter, Rafael Moura ouviu vaias da torcida. D’Alessandro, solidário minutos antes, pediu aplausos e conseguiu dividir a massa entre o apupo e o apoio.

“Acho que o D’Ale tinha que bater. O Moura chamou para ele uma responsabilidade que não precisava”, disse Abel Braga. “Mas a atitude do D’Ale é de um grande líder”, completou.

A diretoria também não gostou do resultado final da mudança de planos promovida pelos jogadores, dentro de campo. O discurso foi o mesmo de Abel Braga, citando que a responsabilidade da cobrança era de D’Alessandro.

“O Rafael Moura tem dados interessantes. É o goleador da equipe na temporada, tem um número de assistências diferenciado para a função dele. É cobrado, como todo camisa nove, e ele fez um gol importantíssimo no último jogo. Só que ele não é o batedor de pênalti. Outros jogadores, com média e números melhores, têm essa condição”, afirmou Marcelo Medeiros, vice-presidente de futebol do Inter.

Rafael Moura é o artilheiro do Internacional no ano, com 16 gols marcados. De toda forma, chegou a perder a titularidade recentemente pelo jejum de gols. Voltou ao time pela lesão muscular de Wellington Paulista, no segundo tempo do jogo contra o Atlético-PR, e acabou sendo herói na vitória em Curitiba, por 1 a 0.

"Achei um gesto de capitão, mostra uma afinidade e uma parceria do grupo. O Abel também falou isso. Essa decisão é tomada pelos jogadores, mas foi um gesto para o jogador cobrado ter uma chance de marcar. É um risco, o goleiro foi muito bem. Faz parte da profissão", comentou o dirigente.

No domingo, diante do Coritiba, em jogo da 25ª rodada do Brasileirão, Rafael Moura ficará fora. O centroavante recebeu o terceiro cartão amarelo.