Felipão culpa 'estado anímico' e desatenção do Grêmio por empate em casa
Luiz Felipe Scolari botou o empate com cara de derrota do Grêmio, diante da Ponte Preta, na conta de três coisas: estado anímico, desatenção e falta de experiência. Para o técnico, o time gaúcho encarou um jogo diferente dos vividos até aqui na temporada pela qualidade maior do adversário, que buscou o 3 a 3 no último lance da partida disputada neste domingo (10), na Arena.
“Tivemos bons momentos e outros em que o adversário foi bem superior. Eles não tinham uma construção até o primeiro gol com chances, mas criaram o primeiro gol e depois o segundo gol. Houve aquele momento em que não conseguimos fechar o setor de meio-campo. Não adianta reclamar, os erros foram nossos”, afirmou Felipão.
Mais adiante, o treinador esmiuçou sua visão do jogo. No campo, o Grêmio abriu o placar com Yuri Mamute no primeiro tempo – após cobrança de falta e fez o 2 a 0 de novo com o centroavante. Levou o empate aos 16 e aos 18 minutos – com Renato Cajá e Rildo. E aí viveu um filme de terror. Marcou o terceiro com Matías Rodríguez e tomou o empate aos 49, com Diego Oliveira.
“Se tivesse recuado, não teríamos tomado o gol. Estávamos com 11 contra 10. Devíamos ter trabalhado a bola lá na frente. Uma série de detalhes que uma equipe deve fazer. Faltavam cinco segundos, a bola estava no ar e fomos chutar para frente. Ela caiu no pé do adversário. Se fosse para o lado, o jogo teria terminado. Agora isso serve para a gente ir aprendendo, vamos levar lições duras que sentimos na carne”, comentou o técnico.
Confira outras respostas
A defesa não foi segura como sempre foi. O ataque fez gols como nunca fez.
É um resultado negativo, claro. A gente vai trabalhando, criando e depois tem que mudar por uma ou outra razão. E os resultados não te dão aquela correspondência de ideia. Fomos organizando a equipe no início do Gauchão e foi bem. Veio o Gre-Nal e perdemos o Gre-Nal. Em dois erros individuais. Trocamos. Vem o Brasileiro e aos poucos vamos vendo que é preciso trocar. O Mamute já se despediu. Vamos ter que mudar e quem sabe até a forma de jogar. Senão, vamos conceder espaço e chances para os adversários aquilo que não demos no Gauchão. A gente não vinha tomando gol de jeito nenhum, mas levamos dois de fora da área e outro que o rapaz antecipou. Vamos ter que mudar com os jogadores que temos. Nem isso deu para fazer. A gente estava empatado em 2 a 2 e quando corrigimos, o terceiro facilitou o trabalho. Mas com muita gente de ataque e pouco sentido tático. Tomamos o gol, não adianta. Não tem o que explicar.
O quanto preocupa empatar em casa com a Ponte Preta Não está a Ponte Preta.
São oito ou sete grupos melhores que nós e que a Ponte. E a Ponta sabe disso. Não é só por ter empatado em casa com a Ponte. Eles fizeram um campeonato paulista interessante e perdendo o jogo em uma situação estranha. Eles têm um jeito de jogar, criam dificuldade. É uma equipe que sabe que tem sete ou oito grupos melhores que os nossos. Não ganhar hoje me preocupa no sentido anímico. Depois de estar ganhando, cede empate. Faz o terceiro e tem 10 minutos para jogar 11 contra 10 e não encurta, leva o gol... é uma situação ruim e vamos ter que trabalhar para o jogo com o CRB.
Como trabalhar para melhorar. O que falta.
A gente paga por ter um pouco de inexperiência. Vamos trabalhar neste sentido, mas claro que o estado anímico perdendo o Gre-Nal, e do jeito que perdemos, e depois deixando escapar uma vitória em casa... Vamos ter que montar um trabalho mais de conversa e de organizar o time. Não temos o Mamute, o Braian não sei se ele vai ter condições, mas temos que tentar ter uma postura melhor contra o CRB.
O prejuízo do empate na projeção de pontos.
Temos que analisar o grupo que temos conosco. Não adianta ter uma tabela que te põe contra o Arapiraca. Não é isso aí. A Ponte Preta tem uma boa equipe, não vai ser vencida assim. Podem existir equipes com menor ideia de qualificação dada por vocês, mas no campo não tem essa. No campo tem que ser melhor mesmo. O tamanho do prejuízo é grande. É muito grande. Quem não ganhar em casa vai correr riscos até o final.
Pode entrar mais um volante. Lincoln terá sequência no time.
Eu disse semana passada que, dentro do espírito que temos e do grupo que temos, às vezes temos que nos dedicar mais a uma situação que a outra. Falta alguma coisa neste grupo e a direção sabe disso. E a gente está procurando também, dentro da situação que nós começamos o ano. Em alguns jogos vamos ter que mudar. Botar três zagueiros, três volantes. Botar algo para não correr tantos riscos. Vamos ter que achar situações e jogadores que componham essas linhas com correção. Às vezes tu coloca um jogador com função tática para puxar contra-ataque, como coloquei o Everton, e quando tu vai cobrar a ajuda, não é a característica dele. Vamos ter que jogar muito em virtude dos adversários.
Mudanças no time para o jogo contra o CRB, pela Copa do Brasil, e como surtir efeito em pouco tempo
Nós já sabemos que depois deste jogo aqui dois ou três jogadores não jogariam. O Mamute foi embora, outros dois vão entrar pela ideia do jogo. Dependendo das lesões do jogo de agora, vamos mudar mais. Dá para mudar e o que tem que mudar é a parte anímica. Temos que acreditar no nosso potencial, mas com respeito e cuidado necessário aos nossos adversários. E comando. Lá dentro de campo temos que administrar jogadas, bolas. Temos que tentar implementar essas coisas para não correr riscos.
Inter venceu na velocidade. Ponte Preta também. Como responder
O Internacional imprimiu velocidade quando ele tinha a bola ou quando nós demos a bola a ele? A gente deu os gols. Até minha vó tem velocidade assim. Quero saber de construir, de levar a bola até o gol. Quando você dá a bola, tudo fica fácil. Nós não jogamos no segundo tempo, ficou tudo aberto. Ao invés de administrarmos o resultado, não administramos. Eles não fizeram os gols na velocidade. Eles construíram jogadas e isso fez a diferença. Essa conclusão de fora da área com qualidade é que não vinhamos enfrentando. E agora pagamos o pato.
Poderão chegar reforços nesta semana?
Posso, posso. A gente tem trabalhado e tudo dentro dos limites e parâmetros do Grêmio. Quem sabe com uma pequena mudança, pelo contrato já encerrado do Cristian. Aí a gente pode avançar nos valores. Pode ser que a gente tenha uma ou outra situação nesta semana. Quem sabe até uma segunda opção dentro dos valores que a saída do Cristian nos permitiu. A saída dele nos deu aporte financeiro para contratar alguém.
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