Domingo tem Leonardo Silva x Martín Silva. Duelo na história do Atlético-MG

Final de campeonato e o time da casa pressionando a equipe visitante, em busca do segundo gol, para levar a decisão do título para a prorrogação. O goleiro da equipe em vantagem muito estava muito bem na partida, fazendo boas defesas e garantido a conquista. Até os 41 minutos do segundo tempo, quando um zagueiro, de cabeça, faz um estádio com quase 60 mil torcedores explodir de emoção. Era o gol do 2 a 0, o gol para manter viva a esperança de um título inédito.

Assim foi o último encontro de Leonardo Silva, do Atlético-MG, com Martín Silva, agora goleiro do Vasco, mas que em 2013 era o arqueiro do Olímpia. A equipe paraguaia foi adversária dos mineiros da decisão da Copa Libertadores daquele ano. Martín Silva teve grande atuação no jogo de volta, no Mineirão, mas não conseguiu defender a cabeçada de Leonardo Silva, restando poucos minutos para o final da partida. O que aconteceu naquela noite de 24 de julho está na memória dos atleticanos e, certamente, também nas lembranças do vascaíno.

Neste domingo, às 16h, no Independência, o primeiro reencontro desde então. De um lado o capitão do Atlético, que entrou para o hall de grandes heróis alvinegros. De outro alguém que tentou ser vilão na maior conquista nos 107 anos do Atlético. E o confronto pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro vai ser especial para o zagueiro.

Aos 36 anos e na Cidade do Galo desde janeiro de 2011, Leonardo Silva vai completar 200 jogos com a camisa do Atlético. O momento mais marcante nesses quase cinco anos de clube não poderia ser outro. “Em 200 jogos é difícil tirar um momento, cada um teve sua importância. Mas é impossível não citar a conquista da Libertadores. Um gol importante como aquele, que nos colocou de volta na disputa pelo título. Aquele gol representa o meu momento e tudo aquilo que vivi aqui no Atlético e estou vivendo”.

E naquela noite, Leonardo Silva marcou duas vezes em Martín Silva. Foi dele também a quarta cobrança de pênalti, na disputa vencida pelo Atlético por 4 a 3. Sair vitorioso em mais um reencontro com o arqueiro uruguaio é o desejo do atleticano para o confronto deste domingo. “Vai ser um reencontro legal e espero sair vitorioso novamente. São coisas que o futebol nos proporciona, esses reencontros e estatísticas, que são legais. Espero que o Atlético faça um grande jogo e nessa marca de 200 partidas eu possa sair vitorioso novamente contra um grande goleiro e um grande adversário”, completou.

Mas não foi fácil para Leonardo Silva se tornar ídolo da torcida do Atlético. Em 2009 e 2010 ele defendeu o Cruzeiro e era o capitão da equipe celeste quando sofreu uma grave lesão no joelho direito. E pelo lado azul, foram três gols nos clássicos. Mesmo assim ele escolheu defender o Atlético. Se o primeiro ano não foi dos melhores, muito em função da qualidade ruim da equipe alvinegra, a partir de 2012 o defensor se consolidou.

São três conquistas estaduais, uma Copa Libertadores, uma Recopa e uma Copa do Brasil. Em 199 partidas são 20 gols, apenas dois a menos do que Réver, o zagueiro que mais gols marcou pelo Atlético. Marcas que fazem de Leonardo Silva um dos maiores ídolos da história do Atlético. Como ele conquistou tudo isso? O próprio atleta responde.

“Foi uma trajetória longa, de muito trabalho e dificuldade. E eu fico muito feliz por atingir essa marca, pois não é fácil. Fico honrado por vestir a camisa do Atlético e espero atingir outras marcas, que possam representar não só para mim, mas para a torcida e para o clube. Quero retribuir com vitórias e títulos”, contou Leonardo Silva, que estreou pelo clube alvinegro em 11 de fevereiro de 2011, num clássico com o Cruzeiro e com vitória do Atlético, por 4 a 3, numa Arena do Jacaré somente com torcedores celestes.