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Eficiência do Atlético-MG 2015 supera talento de time de Ronaldinho em 2012

Atlético-MG de 2012 brigou pelo título Brasileiro, mas não teve força nas rodadas finais - Pedro Vilela/AGIF
Atlético-MG de 2012 brigou pelo título Brasileiro, mas não teve força nas rodadas finais Imagem: Pedro Vilela/AGIF

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

09/10/2015 06h00

Nem Jô, nem Bernard e muito menos Ronaldinho Gaúcho. O Atlético-MG já não conta com os atacantes que tinha no Campeonato Brasileiro de 2012. Lucas Pratto, Luan, Dátolo, Giovanni Augusto e Thiago Ribeiro são algumas das opções ofensivas de Levir Culpi. Com certeza menos badalados do que os anteriores, mas suficientes para que a equipe de 2015 supere o time que foi vice-campeão nacional há três temporadas.

Se o Atlético montando por Cuca e com Ronaldinho era capaz de encantar, especialmente nos jogos dentro de casa, o time de Levir Culpi é eficiente e mostra um equilíbrio na maneira de jogar, seja em Belo Horizonte ou em qualquer outra cidade. Desempenho faz o time de 2015 ter melhor campanha do que fez a equipe que recolocou o clube na Libertadores depois de mais de uma década ausente.

É verdade que a diferença está nos critérios de desempate. Assim como em 2012, o time de 2015 somou 56 pontos após 29 rodadas. Mas o Atlético de Lucas Pratto venceu mais e marcou mais gols do que o Atlético de Ronaldinho. São 51 gols contra 47, além de 17 triunfos contra 16. Três temporadas atrás o time estava na terceira colocação e mais pontos distantes do líder Fluminense, enquanto o cenário atual é a segunda colocação e apenas cinco pontos de distância para o Corinthians. 

Veja abaixo o que leva o time de Levir ter melhor campanha do que o de Cuca em 2012 e um ponto que ainda tem que evoluir:

Amadurecimento

Remanescente daquele time, o lateral direito Marcos Rocha entende que o Atlético possui uma equipe mais madura. Depois daquele vice-campeonato o time alvinegro teve conquistas importantes, como a Libertadores de 2013 e a Copa do Brasil de 2014, mas também teve grandes decepções, como no Mundial de Clubes, no Marrocos, e as seguidas eliminações nas oitavas de final da Copa Libertadores, em 2014 e 2015. Processo que colocou o Atlético como protagonista do futebol brasileiro nos últimos anos.

Visitante "encardido"

Entre os fatores que fazem o Atlético superar o time de 2012 está a postura fora de casa. Naquele ano foram 25 pontos como visitante, marca alcançada na vitória sobre o Coritiba. Com mais quatro partidas por fazer longe de Belo Horizonte, o time de 2015 tem tudo para superar outra marca da equipe de Cuca.

“Em 2012 a gente tinha uma equipe muito ofensiva, quando ia jogar fora de casa arriscava bastante e acabamos prejudicados por isso. Com o decorrer do tempo, de 2012 para cá, a gente aprendeu. A equipe ganhou mais maturidade, mais experiência. Conseguimos achar um equilíbrio para jogar fora de casa, que em 2015 está sendo fundamental na briga pelo título”.

Em casa ainda tem que melhorar

Nessa comparação entre 2012 e 2015, o time de Levir fica devendo no quesito aproveitamento como mandante. São 31 pontos conquistados, o que faz o Atlético a sexta equipe mais soma pontos em casa (Independência, Mineirão e Mané Garrincha). O aproveitamento é superior a 70%, mas ainda abaixo do que fez o Atlético de Cuca, que somou 47 dos 57 pontos possíveis no Independência, dando origem ao famoso “caiu no Horto, tá morto”. Bordão que caiu nas graças dos atleticanos e passou a ser copiado Brasil afora.

O atacante Thiago Ribeiro não estava na Cidade do Galo em 2012, aliás, sequer estava no futebol brasileiro. Mas o camisa 22 ressalta que os pontos perdidos pelo Atlético como mandante estão fazendo a diferença neste momento. O líder Corinthians somou 37 pontos atuando em casa, seis a mais do que o rival mineiro.

“O que tem feito um pouquinho a diferença esse ano é que deixamos alguns pontos bobos jogando em casa. Três pontos a mais seria outra coisa para o campeonato. Como já deixamos esses pontos escaparem, agora chegou o momento crucial do campeonato e não podemos mais deixar escapar”.