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Dicionário de Argel: cinco expressões revelam estilo do técnico do Inter

Argel Fucks repete expressões e frases de efeito em entrevistas coletivas - Jeremias Wernek/UOL
Argel Fucks repete expressões e frases de efeito em entrevistas coletivas Imagem: Jeremias Wernek/UOL

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

22/10/2015 06h00

Cada entrevista coletiva do técnico do Internacional, Argel Fucks, é uma atração à parte. O comandante de campo, que recentemente admitiu que nem sempre fala o que realmente acha aos jornalistas, enumera frases de efeito e expressões curiosas quando sabatinado. Algumas destas 'pérolas' são repetidas várias vezes. Tanto que servem para definir o estilo do treinador. 

Maneiras de dizer a mesma coisa mas com toques coloquiais. Figuras de linguagem que aproximam da torcida e muitas vezes facilitam a compreensão do esporte, que para ele é simples mesmo. Como se, de forma subentendida, rejeitasse qualquer sintonia com o chamado futebol moderno. 
 
Da boca de Argel você jamais ouvirá expressões como "duas linhas de quatro", "marcação na entrelinha", "flutuação do meia", "infiltração do ponta", nada disso. Zagueiro, daqueles xerifes antigos que davam mais valor ao carrinho do que ao drible ou lançamento, o comandante do Internacional recuperou o time no Brasileirão "à moda antiga". 
 
Confira cinco expressões repetidas por Argel que mostram o estilo de comando que ele impõe ao Colorado.
 
Trocar pneu com o carro andando

Argel Fucks, técnico do Internacional - Jeremias Wernek/UOL - Jeremias Wernek/UOL
Imagem: Jeremias Wernek/UOL

Para dizer que assumiu o time no decorrer da competição e teria dificuldades por isso, Argel adota uma figura de linguagem. Torna mais simples a compreensão ao fazer alusão a um automóvel. Repete, sempre que possível, que está "trocando o pneu com o carro andando". A expressão foi tão utilizada que acabou virando uma das marcas do treinador. 
 
Quando eu cheguei...

Argel dá entrevista no Inter - Jeremias Wernek/UOL - Jeremias Wernek/UOL
Imagem: Jeremias Wernek/UOL

Argel, em vitórias ou tropeços, sempre compara a situação atual com a da sua chegada. Afirma que o time estava desacreditado e que 'se falava que brigava para evitar o rebaixamento'. De fato, o Inter estava abalado pela queda na Libertadores e não vinha bem no Brasileirão. E para arrematar, Argel ainda diz que os jogadores "não poderiam ter desaprendido, já que no começo do ano eram eleitos como um dos melhores elencos do país". 
 
De zagueiro eu entendo um pouquinho

Argel, técnico do Inter  - Jeremias Wernek/UOL - Jeremias Wernek/UOL
Imagem: Jeremias Wernek/UOL

Uma das principais mudanças do Inter de Argel ocorreu no setor defensivo. Ele resgatou Paulão e Nilton, que muitas vezes nem no banco ficavam com Diego Aguirre, à titularidade. Principalmente para defender o estilo 'simples' do zagueiro, o treinador lembra sua trajetória e fala que "de zagueiro entende um pouquinho". 
 
Obrigação de vitória

Argel Fucks completa duas semanas no Inter - Ricardo Duarte/Divulgação SC Internacional - Ricardo Duarte/Divulgação SC Internacional
Imagem: Ricardo Duarte/Divulgação SC Internacional

O Inter leva pressão, sofre, e ganha do Flamengo no Rio de Janeiro. Argel diz que o time 'não fez mais que sua obrigação, já que time grande precisa vencer sempre'. O time ganha de forma simples do Atlético-PR em casa, e o treinador usa exatamente a mesma frase, afinal, 'ganhar em casa não é nada mais que a obrigação de todos os times'. Obrigando sempre o melhor placar, o treinador evita pressão em demasia por atuações ruins ou acomodação após bons resultados. 
 
Capitão Nascimento

Argel orienta o Inter - Ricardo Duarte/Divulgação SC Inter - Ricardo Duarte/Divulgação SC Inter
Imagem: Ricardo Duarte/Divulgação SC Inter

Logo no início de sua passagem pelo vestiário vermelho, Argel mudou as ordens. Proibiu uso de celulares durante as refeições coletivas do grupo, restituiu os períodos de concentração antes dos jogos. O 'estilo militar', contudo, logo foi descartado. Em coletiva, ele disparou: "Não sou o Capitão Nascimento".