Cruzeiro apoia Bento após expulsão e polêmica: "Não pode ser otário"
Paulo Bento e Givanildo Oliveira foram expulsos no empate entre Cruzeiro e América-MG, na tarde deste sábado (28), depois de uma discussão na beira do gramado. Um lance de fair play foi o que acarretou no bate-boca da dupla. O treinador cruzeirense ainda se mostrou contrário à prática por parte de seus comandados. E foi apoiado pelo vice-presidente de futebol do clube, Bruno Vicintin.
Um jogador americano mandou a bola para lateral para que Rafael Bastos fosse atendido. Na cobrança, o português orientou o volante Bruno Ramires a seguir o jogo, sem devolver a posse para o visitante. Na sequência, o europeu queixou-se do tempo de acréscimo dado pelo árbitro Dewson Fernando Freitas da Silva (Fifa/PA), o que culminou na briga com o adversário.
Ao término do confronto, o comandante cruzeirense fez a sua avaliação sobre os lances de fair play e ainda disse que os seus atletas não o praticarão no decorrer da temporada.
“A confusão não foi com ninguém em especial, não quero confusões com ninguém. Apenas que acho que o futebol deve ser valorizado pelo positivo, ou seja, que meus jogadores joguem de uma forma positiva, joguem de uma forma leal, e que tentem aproveitar da melhor maneira possível todo o tempo que existe no jogo. Ou seja, fazer um jogo com maior tempo útil possível. Isso é o que tratamos, e não estou dizendo que o treinador do adversário o fez (orientação de antijogo)”, afirmou.
“Não digo nunca, ao longo de uma carreira que é curta ainda, que um jogador meu para queimar tempo. Não digo. A única coisa que quero deixar bem claro é que, a partir de agora, por questão de filosofia, e isso iremos comunicar também aos nossos jogadores, e para que todos os nossos adversários o possam saber, a partir desse momento, o time do Cruzeiro não colocará a bola fora. Se colocar, não pretendemos que depois nos devolvam a bola. E também, quando o adversário a colocar, nós não colocaremos fora. Há o árbitro para isso. É o árbitro que tem que apitar, é o árbitro que tem que parar o jogo. Nós queremos jogar futebol, jogar de forma positiva e disso trataremos que os jogadores possam fazer da melhor maneira possível. Não foi o caso só do jogo de hoje. No jogo anterior isso também já havia acontecido”, acrescentou.
Bruno Vicintin, vice-presidente de futebol do Cruzeiro, também se pronunciou sobre o caso e disse que os jogadores do clube não devem ser “otários”:
“Quero dar todo o apoio ao Paulo Bento, à decisão dele. Questão de fair play, que, segundo me falaram, o dirigente do América disse que ele deveria saber como as coisas funcionam no Brasil. No Brasil, fair play foi confundido com qualquer paralisação para atrasar o jogo. A gente apoia o Paulo nisso. Vocês, que são repórteres, poderiam contar quantos jogadores do América que caíram no segundo tempo. Damos apoio à filosofia dele. O grito que veio da arquibancada mostrou que o próprio torcedor sabe a diferença entre fair play e ser otário. Se existisse contusão, o jogador do América seria atendido do lado de fora. Não houve isso”, concluiu.
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