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Sobrevivente da Era Gareca, Allione é 'adotado' após choro e ganha Cuca

Expulsão diante do Grêmio até atrapalhou o clima no aniversário da namorada de Allione - Rubens Cavallari/Folhapress
Expulsão diante do Grêmio até atrapalhou o clima no aniversário da namorada de Allione Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

25/10/2016 06h00

Em meio à disputa pelo título do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras precisou deslocar parte do corrido tempo para resgatar um atleta do próprio elenco. No espaço de quatro dias, o meia Agustín Allione precisou da ajuda coletiva para recuperar-se psicologicamente do trauma da expulsão durante a eliminação na Copa do Brasil.

O carrinho violento sobre Everton custou o cartão vermelho e o sono ao jogador argentino de 21 anos. Allione chorou nos vestiários depois do empate por 1 a 1 com o Grêmio, que decretou a queda precoce do Palmeiras na Copa do Brasil, e precisou do apoio do grupo para se reestabelecer.

O próprio jogador argentino admitiu o baque naquela noite. O lance atrapalhou até a vida pessoal de Allione, que não escondeu o abatimento no dia seguinte. O clima ruim era evidente no dia aniversário da namorada Guada Guerrieri; nem a presença dos sogros animou o até então traumatizado atleta.

Somente uma conversa de quase meia hora na tarde seguinte, diante de todos os jogadores na reapresentação do elenco, devolveu a serenidade ao jovem atleta argentino.

“Reuni o grupo e falei do Allione; falei da expulsão e chamei a atuação dele. Ele estava muito abatido, mas logo disse para que ele não ficasse muito tempo assim, já que jogaria o grupo. Ele precisava do apoio do grupo; é um menino e não poderia ficar marcado por uma eliminação”, contou o treinador.

A atitude de Cuca e do grupo salvou Allione. Por meio de mensagens, o técnico palmeirense recebeu pressão para nunca mais escalar o meia argentino; o grupo de atletas, no entanto, deu o aval para o treinador tomar a atitude contrária: bancar o camisa 15 no compromisso seguinte, diante de mais de 30 mil pessoas no Allianz Parque.

A nova oportunidade mobilizou o grupo palmeirense. Longe de ser brilhante no triunfo sobre o Sport (2 a 1), responsável por aproximar o time do título do Campeonato Brasileiro, Allione recuperou-se animicamente de um possível trauma, que, por ações da comissão técnica e de líderes do grupo, serviu para unir ainda mais os atletas.

“Além do Cuca, todos os jogadores e a comissão técnica do Palmeiras me deram muito apoio. Foram três dias horríveis e nenhum companheiro virou as costas para mim. Muito pelo contrário, todos fizeram questão de me dar muita força e dizer para levantar a cabeça”, contou o argentino.

Allione desembarcou no Palmeiras em 2014, credenciado por boa temporada no Vélez Sarsfield. Ainda tratado como uma aposta de potencial, o meia argentino é o único jogador que permaneceu na Academia de Futebol daqueles recomendados pelo antigo técnico Ricardo Gareca.

Com exceção ao atual camisa 15 de Cuca, todos os outros deixaram o clube alviverde: Fernando Tobio se encontra emprestado ao Boca Juniors, enquanto Pablo Mouche defende o Estrela Vermelha, da Sérvia.

Cristaldo, quem mais se adaptou ao Palmeiras da Era Gareca, recebeu poucas chances com Cuca e acabou vendido ao Cruz Azul, do México, durante a temporada.

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