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Descartado há dois anos pelo Inter, Mano supera mágoa e evita nova polêmica

Treinador não quer saber de tachar o Cruzeiro como possível "carrasco" do Internacional - Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro
Treinador não quer saber de tachar o Cruzeiro como possível 'carrasco' do Internacional Imagem: Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

26/11/2016 06h00

O ano era 2014. Depois de levar o Internacional para um Libertadores após três anos de ausência, Abel Braga não renovou seu contrato e deixou o clube. Na cadeira principal, Vitorio Piffero acabara de ser eleito o novo presidente, e ainda não sabia quem seria o novo comandante, mas tinha certeza daqueles que não iria contar para o cargo. Em uma declaração pública, o novo mandatário descartou as contratações de Celso Roth e Mano Menezes, alegando perfil incompatível. A atitude desagradou Mano e um ano mais tarde os papéis se inverteram. Mesmo sem clube, agora era o treinador quem rechaçava qualquer tipo de contato com a diretoria colorada enquanto Piffero estivesse à frente do time. De lá para cá, o comandante voltou à beira do campo pelo Cruzeiro, teve uma breve passagem pela China e retornou ao time mineiro. Neste domingo, o professor estará diante do mesmo Internacional de Vitorio Piffero e poderá ter influência em um eventual rebaixamento inédito do clube centenário. Vingança? Não para Mano, que já diz ter esquecido o passado e só pensa em terminar o ano com o maior número de pontos possível.

"Eu não coloco questões pessoais à frente do meu trabalho. Nada é mais importante que o jogo entre Internacional e Cruzeiro. Já até me esqueci disso. Só estou me lembrando agora porque mencionaram", comentou o treinador, ao ser questionado sobre o assunto, em entrevista na Toca da Raposa.

Após os desafetos entre as partes, Mano Menezes e Internacional tomaram caminhos um pouco diferentes. Em 2015, a equipe terminou o ano em alta, na quinta colocação do Brasileirão, enquanto o treinador reservou o primeiro semestre para os estudos e assumiu o Cruzeiro apenas na segunda metade do ano, dedicando a maior parte do tempo a salvar a equipe do rebaixamento. No fim da temporada, recebeu uma proposta milionária do Shandong Luneng e se transferiu para a China. Já em 2016, o Inter caminha para um final de temporada dramático e com uma ameaça iminente de queda, enquanto Mano resgatou a confiança no Cruzeiro e já começa a fazer os planos para um 2017 mais competitivo.

Se o treinador não quer mais tocar no assunto, menor ainda é o desejo de Mano em criar uma nova polêmica. Em caso de vitória ou empate no Beira-Rio, o Cruzeiro deixará o adversário em uma situação praticamente irreversível, podendo ter influência direta em um eventual rebaixamento colorado. Porém, esta possibilidade de virar carrasco é prontamente rechaçada pelo treinador, que isenta seu clube de culpa diante de um adversário que passou praticamente o campeonato inteiro jogando abaixo do que era esperado.

"O Cruzeiro não está indo para fazer o rebaixamento de ninguém, está indo para jogar, e é para isso que estou preparando os jogadores. Ninguém é rebaixado em um jogo só, ninguém se salva em um jogo só. É o resultado de 38 rodadas. O problema é do Internacional, não é o Cruzeiro. Vamos jogar com o mesmo respeito que queríamos do adversário se estivéssemos nesta mesma situação", finalizou.

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