Muro, prédio, câmera e até drone: histórias de espionagem de Palmeiras x SP
Não é apenas com a tática dos times dentro de campo que os treinadores de Palmeiras e São Paulo se preocupam antes de um clássico entre as duas equipes. Vizinhos separados somente por um muro na Avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste da capital paulista, os clubes trocam acusações de espionagem antes de partidas decisivas, como a que será disputada domingo (27), no Allianz Parque.
Para tentar evitar surpresas, as comissões técnicas tentariam criar estratégias para observar os treinamentos do adversário. Coincidentemente, na quinta e na sexta-feira, os técnicos fecharam as atividades para a imprensa, com a intenção de não permitir que imagens fossem gravadas. Mesmo assim, a desconfiança de que algo seja visto pelo rival paira no ar.
Os primeiros casos de espionagem foram mais descarados, com estratégias bem rudimentares. Bastava alguém ter a coragem de subir o muro e torcer para não ser visto. Há casos, por exemplo, de uma pessoa que viu como Rogério Ceni ensaiava as cobranças de pênalti, em 2009. Até mesmo por conta desse tipo de situação, o Palmeiras aumentou a altura do muro no ano passado.
Os prédios vizinhos também podem ser utilizados na hora de dar uma espiadinha. Tanto os campos do CT do Palmeiras quanto os do São Paulo podem ser vistos em apartamentos que estão na mesma avenida. Tal vista da sacada serve até de chamariz na propaganda para a compra de tais imóveis. Para aumentar o clima de espionagem, há jogadores e funcionários dos dois clubes que moram nestes prédios. Por exemplo, Gabriel de Oliveira, analista de desempenho do Alviverde, e o lateral esquerdo Júnior Tavares, do Tricolor, são vizinhos.
Segundo apurou o UOL Esporte com moradores dos prédios, é normal que as pessoas vejam os treinos das janelas. No entanto, ninguém se lembra de um caso de um funcionário de um clube ter entrado com equipamento de filmagem para ver o adversário se preparar para um jogo.
Por conta dessa proximidade, na base da brincadeira, Cuca levantou a suspeita de o São Paulo ter pegado informações do arquirrival antes da primeira partida entre as duas equipe neste Brasileiro, quando o Tricolor, ainda comandado por Rogério Ceni, ganhou por 2 a 0. "Aqueles prédios lá na frente do Palmeiras, não sei, não. Porque quem espelhou meu esquema foi o São Paulo. Faz parte. Se botou espião ou não, faz parte do jogo. Ele disse que teve uma intuição, mas que intuição forte", disse o treinador.
O São Paulo não se manifesta publicamente neste sentido, mas há quem diga no clube que o Palmeiras tenha utilizado um drone para filmar os treinamentos do Tricolor antes de partidas de 2016 e deste ano. No caso, o Alviverde usa tal recurso para gravar imagens de seu próprio time e tentar aperfeiçoar o seu desempenho.
Como o Tricolor também utiliza uma grua para filmar os seus treinos, no Palmeiras há quem diga que tal equipamento teria sido aplicado nas espionagens. Apesar das desconfianças, no passado recente ninguém foi flagrado de olho no adversário, mas, como cautela não faz mal a ninguém, os dois clubes vão continuar a proteger os seus treinamentos.
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