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Cuca defende Jô e diz: "Nossa sociedade não está preparada para isso"

Do UOL, em São Paulo (SP)

18/09/2017 22h33

O atacante corintiano Jô ganhou um defensor no maior rival. Na noite desta segunda-feira, depois da vitória por 1 a 0 do Palmeiras sobre o Coritiba, no Pacaembu, o técnico Cuca saiu em defesa do seu ex-atleta e agora adversário. O comandante palmeirense ainda fez questionamentos sobre qual seria a reação dos torcedores, caso Jô admitisse o toque no braço dentro do jogo.

“Faço a seguinte pergunta: ‘a nossa sociedade está pronta para um jogador fazer um gol e admitir que não é um gol?’.  Como a torcida se comportaria? Com o Rodrigo Caio foi uma celeuma. O lance do Jô fatalmente tiraria dois pontos do Corinthians. De repente, ele queria dizer, mas nossa sociedade não está preparada para um jogador dizer”, disse Cuca ao Sportv.

O treinador tratou de defender o atacante corintiano, com quem conviveu no Atlético-MG. Cuca procurou emitir exemplos de como seria difícil uma ação deste tipo dentro do futebol brasileiro atual.

“Conheço muito bem o Jô. Trouxemos ele em 2012 ou 2013, e ele nos ajudou muito no Atlético-MG. Conheço a índole de uma grande pessoa que ele é; não sei se hoje ele não queria voltar atrás”, acrescentou o treinador palmeirense, antes de filosofar sobre o assunto.

“Temos exemplos disso no Senado, de dizer que o dinheiro não é o seu. Talvez ele pudesse hoje voltar atrás para dizer que pegou no braço. Se ele admite, o Corinthians faz 1 a 0, iam dizer que o ‘Jô é gente boa’. Se ele admite e termina 0 a 0, no fim do jogo era ‘vamos pegar o Jô’. Este é o nosso sistema”, encerrou o comandante palmeirense.

Moisés aponta erro de Jô: “O problema foi não falar na zona mista”

Além do técnico Cuca, o meio-campista Moisés também tratou de comentar o assunto em entrevista concedida ao Sportv. O camisa 10 palmeirense se mostrou menos político do que o treinador e apontou o que considera um erro na postura do centroavante corintiano: não admitir o toque no braço na saída da Arena Corinthians.

“Não sabemos como seria a reação do torcedor se o Jô fala que bateu no braço. Talvez ele tenha falhado ao não admitir que foi com a mão. Lá dentro, ele tem que ir com tudo e fazer o máximo pelo seu clube. O problema foi depois não falar na zona mista, sendo que já tinha visto que pegou na mão, ele tinha que saber disso. Era só dizer que pegou na mão e o juiz não viu, seria mais legal”, declarou.

O meio-campista palmeirense ainda se mostrou incomodado com o fato de a CBF inserir o árbitro de vídeo a partir do próximo fim de semana no Campeonato Brasileiro. Segundo ordem do presidente Marco Polo Del Nero, os jogos da Série A agora contarão com o uso da tecnologia.

“No nosso país, as coisas só acontecem quando acontece alguma coisa brusca. Agora resolvem mudar. Falam de árbitro de vídeo desde antes do campeonato, mas não tiveram coragem de colocar no início da competição. Agora, depois de um lance importante e de muita repercussão, colocam. Não estamos preparados, como o Cuca disse, e não é só no futebol”, opinou Moisés.