Como as dificuldades de expressão têm minado Fabiano Soares no Atlético-PR
Brasileiro, radicado na Espanha por mais de 25 anos, Fabiano Soares ganhou uma oportunidade na Série A brasileira ao assumir o Atlético Paranaense. Os números são razoáveis: 50,98% de aproveitamento dos pontos nos 17 jogos em que comandou o time no Brasileirão, cotado para assumir o Santos em 2018, considerado Top 6 entre os técnicos do campeonato no Ranking de Treinadores da Universidade do Futebol/ESPN.
Ainda assim, Fabiano Soares é alvo de críticas constantes. Seja pelas frequentes mudanças na escalação da equipe, que atuou com 17 formações diferentes nos jogos em que comandou, seja pela dificuldade que o quase hispano-brasileiro tem ao falar. Quer um exemplo?
“A torcida é soberana. Ela estava aqui quando eu cheguei e vai continuar quando eu me vaya”, disse, em um quase portunhol. Ele queria dizer “quando eu me for”, de ir, mas a sonoridade cai no “vaia”, de vaiar – algo que lhe aconteceu após o empate com a Chapecoense na Arena. “Eu sou insultado, me mandam trocar um ou outro, quando coloco um já não querem mais. Eu passo animicamente. Eu levo 30 anos no futebol e não me meto nessas coisas. A torcida é soberana, que diga o que queira. Mas, comigo, eu tenho educação e não entro nesse jogo de insultos”, respondeu sobre as críticas.
Pudera: após um empate em 0 a 0 em casa, qualificou a atuação assim: “O resumo de tudo, é que o jogo foi espetacular.” De fato, ele queria dizer que a equipe atuou bem, amparado em números como os 93% de acertos em passes ou as 16 finalizações, contra seis da Chape. Entretanto, apenas 5 chutes atleticanos tiveram a direção do gol e 47,6% da posse de bola da equipe rodou nos pés dos defensores Thiago Heleno, Wanderson, Fabrício e Jonathan. Os índices são do Footstats.
Briga com a torcida por Felipe Gedoz
Questionado em coletiva sobre por que tem mantido o artilheiro Felipe Gedoz no banco, Soares demonstrou irritação com a insistência. Acabou se expressando assim sobre os poucos minutos de Gedoz em campo: “Os grandes jogadores demonstram em 5, 10 minutos. Eu acho que a equipe jogou bem. Na Bahia eles (Gedoz e Rossetto, também citado na questão) não jogaram e ganhamos. A vida é assim, um dia joga um, o outro joga outro. Se vou por alguns de vocês ou pela torcida, só jogariam quatro ou cinco.”
Acabou por justificar o 0 a 0 pela “retranca” da Chapecoense e também pelas reclamações da própria torcida. “Jogar com 11 jogadores em 50 metros defendendo a baliza? É complicado. Às vezes é ter a fortuna (sorte), a tranquilidade de que quando chega na cara do gol definir mais tranquilamente. Jogar aqui é uma pressão imensa, a torcida bota pressão, acho que como o contrário (adversário) e às vezes no nosso time é mais complicado”, argumentou de forma um pouco confusa.
Ao final do jogo, foi ofendido por torcedores atrás do banco de reservas. Desabafou na coletiva. “Respeito as pessoas, querem me insultar, que insultem. Aqui já me falaram que ano passado um jogador se lesionou e comemoraram. O Walter ano passado era perseguido, esse ano fez um gol e a torcida comemorou. Então não me meta nessa confusão por que aí não entro. Eu sou pago para entrenar e tentar fazer o melhor, e depois daqui agradecer, ir embora pra minha casa por que educação me sobra.”
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