Segurança do Flu agredido em barbárie de 2009 ainda espera indenização
A tarde do dia 6 de dezembro de 2009 entrou para a história do Fluminense. Depois de meses ameaçado pelo rebaixamento, o "time de guerreiros" salvou-se com o empate por 1 a 1 contra o Coritiba, fora de casa.
Para o torcedor, a lembrança da partida é sinônimo de alívio, mas os momentos que sucederam o apito final do juiz Leandro Vuaden são um filme de terror para o segurança Marcio de Jesus Barbosa. Agredido por dezenas de torcedores que invadiram o campo, Marcio foi alvo da ira de coxas-brancas indignados com o rebaixamento da equipe paranaense, derrotada no confronto direto.
Na bagagem de volta ao Rio de Janeiro, o profissional, que trabalha até hoje no Tricolor, voltou com uma fratura no braço esquerdo, dores na costela, danos na arcada dentária e hematomas pelo corpo inteiro. As marcas da guerra no Paraná já passaram, mas Marcio teve de superar o choque psicológico de correr risco de morte para defender o atacante Fred, último jogador a deixar o campo naquela tarde. Passados quase oito anos daquele dia, ele não fala sobre o caso, mas a questão ainda corre na Justiça e o ganho de causa é iminente.
Por decisão do desembargador Celso Luiz Matos Peres, a 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) manteve a condenação imposta ao Coritiba, que terá de pagar indenização por danos morais de R$ 15 mil ao profissional. Pela correção do período, a causa já atinge o valor de cerca de R$ 35 mil. Marcio já ganhou em primeira e segunda instância, e o Coxa poderá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) antes de o martelo ser batido.
“Naquela arrancada de 2009, a única nota triste que tivemos foi a confusão ao fim do jogo e as agressões sofridas pelo Marcio. Estamos batalhando agora para que o processo tenha seu trânsito em julgado e possamos iniciar a execução dos valores devidos a ele. Tomara que consigamos que o processo não vá a Brasília e assim ele possa receber. Já são oito anos de luta”, disse Mario Bittencourt, advogado que defende Marcio e era vice de futebol do Flu à época.
Além da causa judicial, o episódio trouxe muitos outros prejuízos ao clube paranaense. O clube foi condenado à perda de 30 mandos de campo, o que fez o time atuar em Joinville durante um período. Osvaldo Dietrich, chefe da segurança alviverde, foi suspenso por 720 dias por agredir tricolores. Somado a isso, o Coritiba ainda gastou outros tantos milhares de reais no reparo de seu estádio e na instalação de aparatos de segurança e vigilância. A batalha que teve início em campo se espalhou pelas ruas da capital, que teve terminais de ônibus depredados e somou dezenas de feridos depois da partida.
Rivais desta quinta-feira, às 21h, no Maracanã, Fluminense e Coritiba se reencontram em um momento em que os nervos não estão à flor da pele como naquele ano. Com vitórias na última rodada, os jogadores de Flu e Coxa respiraram mais aliviados e viram a zona da degola se afastar um pouco. Com 42 pontos, os tricolores abriram sete pontos de distância para o Z-4. Os paranaenses, por sua vez, seguem mais pressionados, já que têm apenas três pontos de folga.
Para o jogo no Maracanã, o técnico Abel Braga não contará com Gum, com dores na coxa esquerda. Recuperado de desgaste, o lateral Lucas deverá estar à disposição do técnico. Com a lesão de Richard, Orejuela e Matheus Norton pintam como alternativas.
FLUMINENSE X CORITIBA
Data: 09/11/2017
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Auxiliares: Guilherme Dias Camilo (MG) e Sidmar dos Santos Meurer (MG)
Fluminense
Diego Cavalieri; Lucas, Renato Chaves, Henrique e Marlon; Wendel (Marlon Freitas), Douglas, Sornoza e Gustavo Scarpa; Marcos Jr. e Henrique Dourado Técnico: Abel Braga.
Coritiba
Wilson; Léo, Werley, Cleber Reis e Thiago Carleto; Jonas, Alan Santos, Tiago Real e Yan; Rildo e Henrique Almeida. Técnico: Marcelo Oliveira.
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