"Patinho feio", Paraná reestreia na elite para confirmar novo status
Ao entrar em campo nesta segunda-feira (16) para encarar o São Paulo no Morumbi, pela primeira rodada do Brasileirão 2018, o Paraná Clube irá recuperar na prática o status de clube da Série A, perdido em 2007. Mas os efeitos disso ainda estão sendo analisados pelo clube. “Patinho feio” da competição, com a menor arrecadação em TV ao lado do América-MG e do Ceará, o Tricolor paranaense tem como principal meta não cair de volta para a B ao final do ano.
“Nós somos o patinho feio da Série A”, disse o gerente de futebol Rodrigo Pastana, em conversa exclusiva com o UOL Esporte, “A gente sabe disso desde o início, a gente tem uma convicção aqui sobre nossos objetivos e o nosso objetivo é único: permanecer na Série A. Não tem moleza: num final de semana é o São Paulo, no outro é o Corinthians, no outro o Sport Recife... é realmente difícil. Mas estamos cientes.”
O clube acabou o Paranaense na quarta posição, atrás do campeão Atlético-PR, do Foz do Iguaçu e do vice-campeão Coritiba, mesmo com mais pontos no geral que o Coxa. Foi a partir da troca de Wagner Lopes por Rogério Micale – com quem o time ainda está invicto – que o clube desenhou outro panorama para o Brasileiro. “Nós consideramos que terminamos o Paranaense bem, diferente da forma em que iniciamos. Com o Micale foram seis jogos, quatro vitórias e dois empates, e esse último consideramos uma injustiça gigante, se fazemos o pênalti durante a partida no final do primeiro tempo, o segundo tempo seria outro. Mas não adianta lamentar, tem que partir para a nossa meta no ano”, avaliou Pastana.
O clube já confirmou as chegadas dos zagueiros Cléber Reis e Jesiel, dos meias Caio Henrique e João Paulo e dos atacantes Léo Itaperuna, Silvinho, Raphael Alemão e Luan Vianna, e ainda espera pelo “sim” do Atlético-MG para o empréstimo do atacante Carlos. Será uma nova equipe, na projeção de Pastana. “A gente tem treinado com os novos reforços, num novo sistema de jogo que vocês verão a partir de segunda, contra o São Paulo. A gente tem convicção que o time está bem montado para que o time seja competitivo e consiga fazer um bom Brasileiro, permanecendo na Série A.”
Mercado se abriu com grife e “sem enganar jogadores”
Carlos é um exemplo de como a Série A pode influenciar na melhoria do elenco. Disputado com o Coritiba, ora na Série B, o jogador deu sinais que prefere atuar no Paraná. “A gente tem grife, mas o orçamento ainda é um abismo, entre o nosso e o dos grandes clubes. Não pode reclamar, até pela diferença que já tinha ano passado na Série B. Mas facilita sim, estar na Série A, a gente usa isso a favor e conseguimos trazer alguns destaques de outras equipes do Brasileiro do ano passado porque estamos na A, com uma estrutura bacana, salários em dia”, contou o dirigente.
Outro segredo de Pastana é algo básico: pagar em dia. “Até um passado recente, o atleta preferia ser enganado. Ele preferia ouvir que ia receber 50, recebia 30, depois entrava na Justiça e aí fazia a poupança dos seus netos. Hoje não. Hoje ele está mais consciente, os próprios agentes preferem escolher os clubes que paguem em dia e dão uma boa estrutura de trabalho. E isso hoje o Paraná Clube tem.”
Arrecadação em patrocínios ainda não aumentou com a chegada à elite
Chegar à Primeira Divisão novamente trouxe inegáveis benefícios aos cofres do clube, como o aumento das cotas de TV. Mas, na venda de propriedades, o Paraná ainda não conseguiu melhorar seus recebimentos. “Nós não sentimos ainda essa diferença comercialmente falando, temos somente a Caixa hoje como um dos patrocinadores, um patrocinador máster que está na maioria das equipes da Série A. A gente tem bastante dificuldade ainda em saber qual o tamanho da nossa vitrine na Série A. Acho que vamos ter essa noção só mesmo quando começar.”
A esperança é de que, novamente circulando entre os grandes, tudo passe a mudar a partir do primeiro apito no Morumbi. “Pra nossa sorte, temos dois jogos de muita visibilidade no início. Primeiro o São Paulo, em que depois haverá o “Bem, Amigos!” (programa de Galvão Bueno no SporTV), algumas entrevistas, e depois o Corinthians num domingo às 11h. Acho que depois desses jogos nós teremos uma noção boa para ter novas receitas com o andar do Brasileiro, por enquanto ainda não tivemos essa visão sobre a parte comercial”, comentou Pastana.
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