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Artilheiro do Fla, Dourado lida com pressão da torcida e sombra de Guerrero

Paolo Guerrero entra no lugar de Henrique Dourado no empate com a Ponte Preta - Gilvan de Souza/ Flamengo
Paolo Guerrero entra no lugar de Henrique Dourado no empate com a Ponte Preta Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

12/05/2018 04h00

A vida de Henrique Dourado não tem sido fácil no Flamengo. Artilheiro do time na temporada com nove gols, o camisa 19 sofre para conquistar a torcida. Mais do que isso. A volta de Paolo Guerrero após a suspensão de seis meses por doping gera um clamor dos torcedores pela escalação do peruano entre os titulares.

Dourado lida com a sombra do companheiro desde a partida contra o Internacional e, pelo visto, a pressão oriunda das arquibancadas só aumentará. Contra a Ponte Preta, por exemplo, o atacante foi vaiado principalmente ao ter a escalação anunciada no telão do Maracanã.

Como já havia acontecido na partida anterior, a torcida pediu por Guerrero no segundo tempo até que Maurício Barbieri o colocou na vaga do Ceifador. O time rubro-negro se acostumou a jogar com o peruano, que tem desempenho melhor do que o companheiro na função de pivô e ainda abre espaços que Dourado nem sempre consegue.

Fugir da "disputa" era estratégia preferida por todos até então. Mas, conforme Paolo Guerrero ganha ritmo de jogo, o lobby nos bastidores e entre os torcedores só aumenta. A definição sobre quem será o titular já é debatida abertamente - a escalação dos dois juntos é absolutamente improvável e só deve ser realizada em circunstâncias emergenciais das partidas.

“A decisão passa pelo Maurício [Barbieri]. Temos que respeitar a escolha do treinador, que sempre terá a palavra final. Treino forte e me esforço para estar preparado”, afirmou Guerrero, que balançou as redes pela última vez em 17 de setembro de 2017.

Para Dourado, o bom relacionamento com o companheiro é um trunfo no momento de pressão em cima do técnico interino. Independentemente de qualquer coisa, a avaliação é a de que o elenco conta com dois atacantes de nível e que não pode desprestigiar nenhum deles.

Vale lembrar que o contrato de Guerrero se encerra em 10 de agosto e não houve avanço nas conversas pela renovação, claramente atreladas ao veredicto da CAS (Corte Arbitral do Esporte) sobre o caso de doping. Ainda há risco de o atacante receber nova punição por conta de um recurso da Wada (Agência Mundial Antidoping).

“A nossa relação é muito boa e quem tem a ganhar com isso é o Flamengo. Procuramos dar o melhor quando estamos em campo. Guerrero e eu estamos prontos seja qual fora decisão do Barbieri. Podemos jogar sozinhos ou até mesmo juntos”, encerrou Dourado.

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