Da euforia à queda, 5 momentos de Fernando Diniz no Atlético-PR
Demitido do Atlético Paranaense nesta segunda-feira, dia da reapresentação dos jogadores do clube no recesso da Copa do Mundo, o técnico Fernando Diniz saiu da euforia para a decepção de ver a grande oportunidade na carreira encerrada, à despeito das declarações do presidente do Conselho Deliberativo do clube, Mario Celso Petraglia, de que não sairia “nem se caísse para a Série B”.
Nos quase seis meses em que dirigiu o time principal, Diniz experimentou todas as sensações que o futebol proporciona. Recebeu um convite já inesperado e deixou o Guarani para assumir o Furacão, recebeu apoio da crítica especializada, viu a equipe fazer uma atuação de gala em um torneio internacional e, após o momento de alta, viu o projeto desandar até a demissão, com o time na vice-lanterna do Brasileirão, com 25% de aproveitamento dos pontos nesta competição.
Relembre cinco momentos de Diniz no Furacão.
De Seedorf para Diniz, “Guardiola Brasileiro”
Fernando Diniz já estava treinando o Guarani quando recebeu um telefonema de Mario Petraglia o reconvidando a ser técnico do Atlético. Ele havia sido sondado antes que surgisse a possibilidade de Seedorf comandar o Furacão, que acabou não dando certo – teve até discussão entre os empresários do holandês e o presidente atleticano. Diniz aceitou e foi apresentado após o pagamento de uma multa ao Bugre, que efetivou o auxiliar Umberto Louzer, que conquistou o acesso da A2 para a A1 no Paulistão. Seedorf, por outro lado, caiu com o La Coruña na Espanha. E Diniz teve um mês para preparar a equipe principal para a estreia contra o Caxias-RS pela Copa do Brasil, enquanto o time alternativo disputava o Estadual. A expectativa pelo desempenho da equipe era grande.
Auge precoce e euforia de Paulo André na TV
O time de Diniz estreou com um empate com o Caxias (0 a 0) e se classificou pelo regulamento da Copa do Brasil. Só voltaria a campo 21 dias depois, para uma partida surpreendente contra o Tubarão-SC: 5 a 4, com viradas no placar e gol da classificação no final, marcado por Felipe Gedoz. Uma semana depois, um 0 a 0 com o Ceará em casa, seguido da classificação na volta com um empate por 1 a 1 e vitória nos pênaltis depois de mais 15 dias de recesso enquanto o time B liderava o Estadual. Mais 20 dias sem jogos e o grande teste: um jogo contra o São Paulo na Baixada. Vitória por 2 a 1 no início da sequência de jogos com o time principal, enquanto os aspirantes eram campeões estaduais.
Uma goleada por 3 a 0 sobre o Newell’s Old Boys pela Sul-Americana, que fez até o técnico rival elogiar o padrão da equipe, seguida de outra goleada sobre a Chapecoense por 5 a 1 na estreia no Brasileiro e um empate com o São Paulo no Morumbi (2 a 2), garantindo o avanço na Copa do Brasil, e mais um empate com um homem a menos contra o Grêmio (0 a 0) em Porto Alegre e Diniz e o Atlético eram notícia em todo o Brasil. O experiente zagueiro Paulo André, campeão mundial com o Corinthians, chegou a declarar no programa do SporTV “Bem, Amigos” à Galvão Bueno que estava “jogando no lixo tudo o que sabia sobre futebol” ao trabalhar com Diniz.
Dispensas significativas por opção mudam elenco
Em meio ao sucesso, Diniz operou duas mudanças no elenco do Furacão. Dispensou o meia-atacante Felipe Gedoz, emprestado ao Goiás para jogar a Série B, um dos jogadores mais bem-quistos pela torcida. A saída não gerou muita polêmica e foi atribuída ao comportamento extracampo do jogador, que segue com contrato com o Atlético. Já outro meia, João Pedro, preferiu ir ao Botafogo por empréstimo por não ter as chances que gostaria com Diniz. O agora ex-técnico chegou a pedir a ele que jogasse como volante, mas ele não se adaptou. Enquanto isso, o técnico buscava soluções de criação, improvisando Carleto no meio e Rossetto na ala, entre outros.
Derrocada e promessa de manutenção
O empate com o Grêmio inverteu os polos da sequência atleticana. Logo após, um novo empate com o Bahia e uma sequência de cinco derrotas (Palmeiras, Newell’s Old Boys, Atlético-MG, Cruzeiro e Fluminense) que colocaram os métodos de Diniz contra a parede. A saída de bola sob pressão adversária, a linha alta defensiva que expunha a equipe a contra-ataques e a pouca criação ofensiva eram temas nas coletivas. Enquanto isso, Petraglia garantia a manutenção dele no comando “mesmo que caia para a segunda divisão”. Um empate com o Paraná, uma vitória sobre o Santos (2 a 0) e novas quatro derrotas em sequência (América-MG, Sport, São Paulo e Botafogo) colocaram o técnico na berlinda, repetindo o fracasso com o Oeste na Série B 2016 e com o Audax no Paulistão 2017.
Queda do tabu e demissão retardada pela Copa
A derrota por 1 a 0 para o São Paulo em casa, a primeira da história do Atlético nos confrontos contra o Tricolor paulista, acabou de vez com o clima entre Diniz e a torcida. O tabu histórico era significativo para os atleticanos, que têm no São Paulo um rival desde meados dos anos 2000. A diretoria manteve o técnico para o jogo contra o Botafogo no Rio, um dia antes do início da Copa. Outra derrota e os rumores de demissão passaram a ganhar força. Conselheiros se organizaram para pedir a cabeça do técnico à Petraglia, que se recusava a demiti-lo. De quase certa para provavelmente incerta, a demissão só se consolidou após o fim do recesso provocado pela Copa, na reapresentação dos jogadores nesta segunda, 25. Diniz deixa o Furacão após 21 jogos, com 5 vitórias, 7 empates e 9 derrotas, um aproveitamento geral de 34,9%.
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