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10/05/2010 - 07h02

Sem "grandes", Série B perde em publicidade e se apoia em contratos antigos

Luiza Oliveira
Em São Paulo

A presença dos ‘grandes times’ deu novo status e visibilidade à Série B do Campeonato Brasileiro antes renegada. Mas este ano a competição só não corre riscos de reviver os velhos tempos de ostracismo porque ainda colhe frutos do passado recente. Mas ainda assim deve perder receita em publicidade sem um atrativo de maior apelo popular.

CAMPEÕES ESTADUAIS PROTAGONIZAM

  • Heuler Andrey/AE/AE

    Campeão paranaense, Coritiba é uma das maiores forças da Série B na ausência dos "grandes"

  • Divulgação/Sport

    O Sport também foi campeão estadual e é um dos favoritos da região Nordeste para levar o título

Os organizadores já sentiram ‘no bolso’ a diferença para os dois anos anteriores quando Corinthians (2008) e Vasco (2009) disputaram a competição. É o que garante Celso Pacheco, responsável pelo departamento de comercialização da Sport Promotion, empresa que vende as placas de publicidade dos jogos da segundona. Para este ano, as placas foram comercializadas a preços 30% mais baratos em relação à 2008 e 15% mais baixos comparando com 2009.

“Claro que o número de telespectadores seria maior com um clube de grande torcida. A imagem seria exibida mais vezes e assistida por mais pessoas. E quanto mais o anunciante tiver repercussão, melhor. A gente torce por mais resultado para que os contratos sejam renovados”, disse.

É pensando nisso que os organizadores já começaram a se mexer. Há uma equipe que trabalha exclusivamente para convencer os atuais clientes a renovarem os contratos com fim em novembro. Eles têm a prioridade na hora de um novo vínculo.

A Série B também busca alternativas. Este ano aposta no mercado nordestino. São seis representantes de cinco estados diferentes: América-RN, ASA-AL, Bahia, Icasa-CE, Náutico-PE e Sport-PE.

“A TV Globo continua transmitindo jogos aos sábados e no Nordeste as pessoas vão acompanhar os times de maior tradição. Quando Sport e Náutico vierem jogar em São Paulo todo mundo em Pernambuco vai querer ver. Tem um bom mercado lá também”, disse.

Mas o mais significativo é que a competição continua colhendo frutos das más fases de Palmeiras, Botafogo, Grêmio, Atlético-MG e mais recentemente Corinthians e Vasco que deram ‘novo ar’ à competição.

DÉCADA TEVE GRANDES NA B

2003 - Palmeiras e Botafogo
2005 - Grêmio
2006 - Atlético-MG
2008 - Corinthians
2009 - Vasco

São diversos anunciantes em volta do campo. Empresas como Fatal Surf, Biotipo Jeans, Votomassa, Wizard, Banco BMG e a marca de cerveja Nova Schin usam o torneio para estamparem suas marcas. “A demanda está grande. Os empresários voltaram a investir após a crise. O campo está todo vendido”, comemora Pacheco.

Outra prova disso é que é o contrato da venda dos direitos de transmissão para a TV Globo com duração de quatro anos teve um reajuste em 2010 que já estava previsto anteriormente, independente dos clubes participantes. O novo compromisso que começará em 2011 já foi assinado com a mesma emissora.

De acordo com o diretor-geral da Globo Esportes e responsável pela negociação dos direitos com a CBF, Marcelo Campos Pinto, a TV Globo desembolsa cerca de R$ 35 milhões para transmitir a Série B. Com a Série A o valor gasto é de R$380 milhões.
 

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