Com um jogador a menos, Náutico vence América-MG e alivia sua situação
Após quatro derrotas seguidas, que o deixaram em crise, o Náutico conseguiu quebrar a série negativa, ao vencer o América-MG, por 2 a 1, na noite desta terça-feira, no Estádio dos Aflitos, em Recife, amenizando um pouco sua situação. Já o time mineiro, que vinha de quatro triunfos consecutivos como visitante, sofreu a primeira derrota nessa condição, no returno da Série B. A equipe da casa atuou com um jogador a menos durante todo o segundo tempo da partida.
O América-MG entrou em campo sabendo que mesmo em caso de derrota não deixaria o G4. Apesar disso, a expectativa americana era aproveitar o desespero do Náutico para somar mais três pontos, manter a vice-liderança e não deixar o Coritiba folgar ainda mais na liderança. O time paranaense, que goleou o América-RN, por 5 a 1, no início da noite, chegou aos 56 pontos, enquanto o clube mineiro manteve-se com 49 pontos, distante sete pontos. O time americano só manteve sua posição por causa dos empates de Figueirense e Bahia com Bragantino e São Caetano, em 0 a 0 e 1 a 1.
No final do jogo, houve um atrito entre integrantes da comissão técnica do América e o trio de arbitragem. O técnico Mauro Fernandes chegou a acusar um dos assistentes de agressão a um dos membros da sua equipe de assistentes. “Você não tem o direito de agredir”, gritou o treinador, que foi retirado de campo por jogadores e não quis explicar suas acusações. O meia Irênio reclamou a não marcação de dois pênaltis, ainda no primeiro tempo.
O Náutico entrou pressionado em campo. Com apenas uma vitória em oito jogos válidos pelo returno, o time pernambucano precisava dos três pontos para não correr risco de se aproximar perigosamente da zona de rebaixamento. A situação ruim da equipe provocou uma campanha de torcedores, denominada “Salve o Náutico”, visando arrecadar fundos para auxiliar financeiramente o clube.
A atuação do Náutico em todo o jogo foi caracterizada pela grande vontade de seus jogadores, especialmente no segundo tempo, quando o time ficou com um jogador a menos, logo aos 2 min, após a expulsão de Zé Carlos. Apesar de atuar com 10 jogadores em toda a etapa final, a equipe pernambucana conseguiu segurar a primeira vitória sob o comando de Roberto Fernandes.
Sem Fábio Júnior, artilheiro americano com 13 gols, o técnico Mauro Fernandes, armou uma equipe com apenas um atacante, Jandson, e com três zagueiros e três volantes. Já no Náutico, o treinador Roberto Fernandes colocou Erick Flores para tentar tornar a equipe mais ofensiva.
Náutico e América-MG fizeram um primeiro tempo movimentado e equilibrado em sua maior parte. Pressionado por suas quatro derrotas consecutivas, o time pernambucano entrou em campo disposto a marcar o seu gol logo no começo. Por isso, o equipe tentou a estratégia do abafa, mas sem conseguir levar perigo ao gol defendido por Flávio.
Aos poucos, no entanto, o time visitante deixou de apenas se defender e criou chances de gols. Aos 23 min, o lateral-direito Marcos Rocha fez boa jogada individual e tocou para a finalização de Jandson, substituto de Fábio Júnior, que pegou muito mal na bola. Dois minutos depois, foi a vez do volante Leandro Ferreira errar o alvo, chutando torto, quando estava livre.
No minuto seguinte, aconteceu um lance muito reclamado pelo clube mineiro. O ala esquerdo Jean Batista foi lançado pela esquerda e sofreu falta do goleiro Gledson, dentro da área do Náutico. O árbitro carioca João Batista de Arruda, que estava muito longe do lance, marcou falta fora da área, gerando inúmeros protestos americanos. O camisa 1 do time da casa recebeu o cartão amarelo.
A partida seguia equilibrada. O Náutico tentava atacar, mas faltava criatividade aos seus jogadores de meio-campo. Quando a torcida pernambucana já demonstrava incômodo no estádio dos Aflitos, o time do técnico Roberto Fernandes chegou ao seu gol, aos 39 min, marcado por Joélson, de cabeça, após cobrança de escanteio. Em lances de bola parada, com Irênio, o América teve chances de empatar, mas não teve êxito.
O técnico Mauro Fernandes considerou que o América tinha controle do jogo, mas falhou no lance do gol do Náutico. “Chutamos pouco a gol e o Náutico foi mais na empolgação. No cochilo, numa bola parada ficou todo mundo olhando para a bola e deixou um jogador de um metro e meio fazer o gol numa defesa de quase dois metros. Foi mérito do jogador e descuido da nossa defesa”, ironizou o treinador americano.
Já o atacante Joélson, que mede 1,73 m, considerou positiva a atuação do Náutico. “Nosso time está jogando, estamos trabalhando a bola e estamos chegando. Vamos tentar segurar esse resultado ou até fazer mais um gol no segundo tempo”, observou o jogador da equipe pernambucana.
O América-MG voltou com a mesma formação, enquanto o Náutico voltou com Tinga no lugar de Jeff Silva. A situação do time da casa complicou, quando aos 2 min, Zé Carlos foi expulso, por falta no lateral-direito Marcos Rocha. Foi o 14º cartão vermelho da equipe pernambucana na edição atual da Série B do Brasileiro.
Seis minutos depois da expulsão do adversário, o técnico americano Mauro Fernandes tirou um dos seus três volantes, Dudu Araxá, e colocou o atacante Thiago Silvy, para tentar pressionar o adversário, aproveitando a vantagem numérica. Mas não isso que aconteceu.
Aos 15 min, Geílson, que havia acabado de entrar no lugar de Bruno Veiga, marcou o segundo gol dos donos da casa. Aos 20 min, Geílson fez grande jogada, quando driblou dois marcadores e o goleiro Flávio, mas chutou a bola para fora. O América ainda marcou o seu gol, aos 34 min, por meio de Jandson.
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