Topo

Série B - 2019

Investidores desistem da compra do Brinco de Ouro e culpam 'ambiente ruim'

Negociação do Brinco de Ouro da Princesa foi dada como encerrada pelos investidores, sem sucesso - Divulgação
Negociação do Brinco de Ouro da Princesa foi dada como encerrada pelos investidores, sem sucesso Imagem: Divulgação

Do UOL Esporte

Em São Paulo

18/08/2011 11h49

A diretoria do Guarani promete há algum tempo a negociação do estádio Brinco de Ouro. A permuta do patrimônio é vista como a única forma do clube se reerguer, quitar as dívidas (de cerca de R$ 130 milhões) e ainda por cima ‘ganhar’ uma nova arena e um CT. Porém, o sonho que estava prestes a se tornar real parece ter ido 'por água abaixo'.

Isso porque o grupo de investidores interessado na compra do terreno, onde estão localizados o estádio e o clube, informou que as negociações foram encerradas. A confirmação foi feita pelo empresário Luís Carreira Torres, que em entrevista concedida à Rádio Bandeirantes de Campinas nesta quarta-feira jogou a culpa em uma organização formada por torcedores bugrinos.

“A criação desta ONG chamada Garra Guarani, que veio na reta final da operação, em um momento muito delicado em que o próprio Leonel [Martins de Oliveira, presidente do Guarani] dizia que só faltava bater o pênalti, veio para causar um grande prejuízo para o Guarani, este é o meu ponto de vista”, declarou Torres, que justificou o fim das negociações.

“Foi uma decisão tomada entre os investidores que não querem colocar os nomes de suas empresas num ambiente desses, onde inclusive alguns integrantes desta ONG que vou citar o nome, o Dr. Vicente de Paulo [presidente da ONG Garra Guarani], ligou para estes investidores dizendo que faria o possível para que esta operação não se realizasse”, disse.

Luís Carreira Torres, que vinha intermediando as negociações, contou ainda “que este projeto não representava apenas a construção de arena, clube social, CT e pagamento de dívida, mas também um investimento em um local que vai superar a casa de R$ 1 bilhão”. “Ninguém vai investir essa soma de dinheiro em um ambiente ruim”, completou o empresário.

Defesa

Citado por Torres como um dos culpados pelo fracasso da negociação, Vicente de Paulo divulgou uma carta na qual se defende sobre as acusações. Ele coloca em dúvida a real posição de Luís Carreira Torres em relação à negociação. “Quando candidato à vice-presidente do Guarani, na chapa do Senhor Cid Ferreira, o mesmo mantinha uma posição contrária à venda”.

“Gostaria de saber o que o fez mudar tão drasticamente de idéia”, dispara Vicente, para depois negar qualquer participação no fim das negociações: “A melhor parte da entrevista foi ele afirmar que as negociações não se concretizaram pelo problema ocorrido no dérbi e, dentre outros fatores, pela minha atuação frente ao investidor. Infelizmente não tenho e nunca tive poder sobre os investidores. Ademais, o processo se estende há mais de três anos sem sua concretização”.