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Renegados e 'anônimos' cumprem missão no Botafogo com retorno à elite

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/11/2015 08h05

A aposta em jogadores desprezados em outros clubes e alguns nomes pouco conhecidos pelos torcedores deu certo no Botafogo. Mesmo com um teto salarial de apenas R$ 60 mil, o Alvinegro garantiu a vaga na Série A de 2016 com três rodadas de antecedência e sem maiores sobressaltos, além de estar com o título da Série B do Campeonato Brasileiro encaminhado.

Os renegados tiveram como destaques o meia Daniel Carvalho e o atacante Neilton. O primeiro estava há dois anos parado e virou maestro do time na reta final da competição. Já o jovem brilhou no Alvinegro após causar frustração no Santos, onde conviveu com a sombra da alcunha de 'novo Neymar' - história parecida com a de Lulinha, ex-promessa do Corinthians.

Willian Arão também ganhou espaço após o início discreto como profissional pelo Corinthians. No Botafogo, o volante finalmente se firmou em um time de expressão e virou alvo de disputa no mercado da bola. Com passagens por Santos, Fluminense e São Paulo, o lateral esquerdo Thiago Carleto também teve seu papel na conquista da vaga alvinegra.

Os 'anônimos' também fizeram sucesso. O zagueiro Renan Fonseca acumulava apenas passagens por times menores de São Paulo até se destacar no Santa Cruz, disputando as Séries B e C em 2013 e 2014, respectivamente. Mas o reconhecimento nacional veio apenas com a titularidade na campanha do Alvinegro deste ano. História não muito diferente da do uruguaio Navarro, por exemplo.

O acesso conquistado com a vitória sobre a Luverdense na noite desta terça consagrou a mescla feita pela diretoria, que entre os 'anônimos' inclui ainda muitos jovens formados nas categorias de base do clube, como Sassá, Luis Henrique e Fernandes. Os três foram peças importantes em momentos decisivos da temporada, já que o clube perdeu parte do elenco na metade do ano.

Curiosamente, o Botafogo passou por uma espécie de remontagem durante a Série B. Nas primeiras rodadas, o atacante Rodrigo Pimpão era o maior destaque individual da equipe, com a companhia de Jobson e do experiente Bill. O primeiro foi vendido para o Emirate Club-EAU, o segundo foi suspenso pela Fifa por se recusar a fazer exame de doping enquanto jogava na Arábia Saudita e o último pediu dispensa à diretoria.