Campeão de bolso 'vazio': até 15º da Série A receberá prêmio maior que Bota

O título da Série B do Campeonato Brasileiro foi intensamente comemorado por atletas e dirigentes do Botafogo. Mas a premiação dada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pela conquista ficou bem longe de deixar o Alvinegro satisfeito. Os R$ 400 mil oferecidos pela entidade não superam nem mesmo o prêmio que receberá o 15º colocado da Série A deste ano.

Dos times que disputam a primeira divisão, apenas o 16º colocado, com R$ 350 mil, e os quatro rebaixados, que sequer são premiados, receberão menos que o Botafogo. O modesto 10º lugar da Série A, por exemplo, vale quase três vezes o título do grupo de acesso: R$ 1 milhão. O Corinthians, campeão do Brasileirão deste ano, receberá R$ 10 milhões ao fim da competição.

Na opinião da diretoria do Botafogo, a diferença técnica entre as duas divisões não justifica tamanha discrepância entre os prêmios concedidos pela CBF. Na derrota por 3 a 0 para o Santa Cruz, na 36ª rodada, o Alvinegro arrecadou R$ 442 mil somente com bilheteria, valor maior que o recebido pelo título. Para comparação, a goleada por 6 a 1 sobre o São Paulo, com quase 45 mil pagantes, o Corinthians recebeu pouco menos de R$ 3 milhões, ou seja, cerca de 30% da premiação pelo título.

“[O valor] é baixíssimo, principalmente comparada com a Série A. É uma quantia totalmente sem proporção, é problemático porque tem uma mobilidade muito grande entre as duas séries. Os quatro que estão subindo investiram muito também, têm gasto compatível com a Série A”, disse ao UOL Esporte o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira.

Sem muito a receber, o Botafogo terá que abrir mão de ficar com uma parte da premiação na hora de pagar o ‘bicho’ para seus atletas pelo título. Mesmo dividido inteiramente entre o elenco, o prêmio renderá, em média, pouco mais de R$ 10 mil por jogador. Em um mundo em que as cifras costumam ser bem mais altas, a recompensa pelo cumprimento do principal objetivo alvinegro na temporada será apenas modesta.
  
“Nós vamos ter que entregar entre os jogadores todo esse prêmio. O clube não vai ficar com nada dele, é difícil ter que fazer futebol profissional dessa maneira”, lamentou o presidente alvinegro.

Na atual situação financeira do Botafogo, um valor mais elevado pelo prêmio certamente auxiliaria na montagem do elenco para 2016. No caso da renovação do volante Willian Arão, por exemplo, o Alvinegro precisa desembolsar R$ 400 mil para exercer a cláusula de extensão automática do vínculo.