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Inter cria pouco, falha atrás e perde a primeira na Série B para o Paysandu

Do UOL, em Porto Alegre

27/05/2017 18h23

O Internacional perdeu a primeira na Série B. Neste sábado (27), o Colorado levou 1 a 0 do Paysandu, em jogo válido pela terceira rodada da segunda divisão. O gol de Fernando Gabriel, no segundo tempo, foi o preço para uma atuação fraca coletivamente e com erros individuais do time dirigido por Antonio Carlos Zago.

Favorito ao título, o Inter estaciona nos quatro pontos em três jogos e fica longe do primeiro lugar. Já o Paysandu chega a sete pontos e pula para a ponta da tabela.

Sem D'Alessandro, preservado, o Internacional criou muito pouco. Nem mesmo o uso de três atacantes, no segundo tempo, ajudou o Colorado a acossar a defesa do Paysandu. Nico López chegou a balançar as redes, mas o lance foi anulado por impedimento.

Quem foi bem: Fernando Gabriel, do Paysandu

Meia fez boa jogada, tabelou com Marcão, e entrou na defesa do Inter com facilidade. O chute rasteiro, no canto direito de Daniel, foi o único gol do jogo.

Quem decepcionou: Felipe Gutiérrez, do Internacional

Passes errados, desarmes sem tempo de bola e vacilos em zonas perigosas do campo - como na frente da grande área sem ninguém por perto. Felipe Gutiérrez foi, de longe, o jogador mais apagado do Internacional. Mesmo que tenha finalizado ainda no primeiro tempo, em uma das raras chances de gol do Inter, o chileno ficou bem abaixo da própria média de atuação. Antes de ser sacado no segundo tempo, ainda tomou chapéu de Hayner.

Personagem: Carlinhos, do Internacional

O camisa 66 seria titular, mas não foi. Pouco antes da bola rolar, Carlinhos teve divulgada uma indisposição estomacal. No lugar dele, jogou Uendel. Originalmente, o camisa 6 seria preservado de olho na partida de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, contra o Palmeiras. No segundo tempo, sem conseguir dominar o jogo e criar chances, Zago chamou Carlinhos. Ele entrou na vaga de Gutiérrez, mas serviu para empurrar Uendel para outro setor. A troca não mudou o placar, mas transformou o ex-jogador de Fluminense e São Paulo em personagem por ter atuado descontado.

Inter não agride e não se fecha

Nem oito e nem oitenta. O Internacional não quis correr riscos e preferiu ter mais posse de bola sem ser agudo. O resultado foi um jogo morno, com o Paysandu chegando mais perto do gol, mas pecando na pontaria. Ao Colorado coube investir em bolas longas ou chutes de fora da área.

A estratégia deu errado e no intervalo Zago mexeu. Com Cirino na vaga de Edenílson, o Inter se soltou mais ao ataque. Com essa postura, o Colorado passou a ficar exposto e esses espaços no meio-campo estouraram na defesa. Antes da metade da etapa final o Paysandu já vencia. E depois, teve chances para ampliar.

Paysandu espera e se dá bem

O time da casa não teve melindre algum e deu a bola ao Internacional. À espera de espaços, o Paysandu teve êxito em todo o jogo e sempre esteve mais perto de marcar - na comparação com o Colorado. Uma das armas foi adiantar a marcação e combater a saída de bola.

Os desarmes em volantes e laterais deixou a defesa do Inter exposta, ou com inferioridade numérica ou saindo de trás. No lance do gol, Fernando Gabriel também aproveitou outro reflexo do jogo do Internacional: espaços entre as linhas. O meia do Paysandu conseguiu tabelar, limpar para o meio e vencer Cuesta antes de chutar rasteiro. No final, uma linha de cinco na frente do gol de Emerson complicou ainda mais a vida do time gaúcho.

Gramado ruim?

O Internacional desaprovou o gramado do Mangueirão. Antes, durante e depois do jogo o Colorado citou o campo como um dos obstáculos ao seu futebol. “Eu acho que o que está dificultando é a situação do gramado. O time tenta colocar a bola no chão, tenta jogar por ali, e o gramado está dificultando”, disse Roberson no intervalo.

Mais desfalques

Além de William e D’Alessandro, o Internacional perdeu outros dois jogadores que pretendia usar em Belém. O goleiro Danilo Fernandes sentiu desconforto e Carlinhos teve indisposição estomacal. Sem eles, Daniel e Uendel foram a campo.

Zago aposta em Roberson e deixa Brenner para o final

Sem D'Alessandro, Antonio Carlos Zago escalou Roberson. O camisa 19 começou atuando pela esquerda, em um esquema base 4-1-4-1. No segundo tempo, passou a atuar mais centralizado. A troca de função, em decorrência de um sistema 4-3-3, não melhorou o rendimento ofensivo. Marcelo Cirino na vaga de Edenílson foi a primeira troca. Depois, Carlinhos entrou no lugar de Felipe Gutiérrez e por fim, Brenner foi colocado em campo no lugar de Roberson. O camisa 38 é dono de 13 gols na temporada.

FICHA TÉCNICA
PAYSANDU 1 X 0 INTERNACIONAL

Data e hora: 27/05/2017 (Sábado), às 16h30 (Brasília)
Local: estádio Mangueirão, em Belém (PA)
Árbitro: Renan Roberto de Souza (PB)
Auxiliares: Luiz Felipe Gonçalves Correa e Oberto da Silva Santos
Cartões amarelos: Gilvan (PAY)

PAYSANDU: Emerson; Ayrton, Perema, Gilvan e Peri; Rodrigo Andrade, Wesley, Augusto Recife e F.Gabriel; Welinton Júnior e Marcão
Técnico: Marcelo Chamusca

INTERNACIONAL: Daniel; Danilo Silva, Léo Ortiz, Victor Cuesta e Uendel; Rodrigo Dourado, Edenílson (Marcelo Cirino), Gutiérrez (Carlinhos) e Roberson (Brenner); William Pottker e Nico López
Técnico: Antonio Carlos Zago