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Procon 'esquece' ingressos e apreende chope e alimentos vencidos no Fla

Do UOL, no Rio de Janeiro

13/11/2013 19h28

Mesmo sem conseguir resolver o impasse pelos altos preços dos ingressos para a final da Copa do Brasil, o Procon tomou outras medidas contra o Flamengo nesta quarta-feira. O órgão fiscalizador mudou o foco da "Operação Urubu" e resolveu procurar outras irregularidades na sede da Gávea. O resultado foi a apreensão de três litros de chopp vencidos em um dos restaurantes da sede, além de 800g de frango desfiado, 360g de mostarda e dois sanduíches naturais que passaram do prazo de validade.

A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa do Procon através de um comunicado no final da tarde desta quarta.

O texto confirma ainda que a Secretaria de Estado de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon) entrou com uma Ação Civil Pública na 1ª Vara Empresarial proibindo o aumento cobrado pelo clube e estabelecendo um teto de aumento de 30% do valor praticado em outros jogos da Copa do Brasil. pelo não comparecimento de representantes do Flamengo na audiência marcada para esta manhã.

A Seprocon disse que a decisão de acionar a Justiça ocorreu pelo não comparecimento de representantes do Flamengo na audiência marcada para a manhã desta quarta. O clube, por sua vez, disse que dirigentes já tinham outros compromissos na data e que, ainda assim, entregou os documentos solicitados.

A Secretária de Estado de Proteção e Defesa do Consumidor, Cidinha Campos, voltou a atacar o aumento estabelecido pela diretoria rubro-negra.

"É um aumento de 400% em relação ao que o clube cobrou na semifinal. É um desrespeito com os torcedores, sem contar que é um ato de má-fé. Antes desse jogo haverá outro lá no Paraná. E se o Atlético Paranaense vencer lá por cinco a zero? O último jogo perde importância. O Flamengo ainda está errado, pois reduziu também o desconto que o sócio-torcedor tem direto; caiu de 50% para 40%. Essa diferença vai ter de ser restituída a quem comprou”, disse.

Confusão e delegacia
A polêmica entre Procon e Flamengo foi iniciada na última segunda e teve seu momento mais crítico nesta quarta. Três diretores do órgão, acompanhados de agentes fiscalizadores, foram até a sede da Gávea em busca de documentos e iniciaram uma grande confusão.

Representantes do clube se recusaram a entregar os contratos solicitados por considerarem todos de caráter sigiloso. “Só por ordem judicial é possível aos órgãos públicos terem acesso a documentos confidenciais de empresas privadas que se recusem a fornecê-los espontaneamente”, disse o clube, em nota oficial.

Diante da decisão do Flamengo, os agentes do Procon resolveram levar o diretor jurídico do clube, Bernardo Accioly, para uma delegacia alegando desobediência por se recusar a entregar os documentos.

“Crime de desobediência, como é de conhecimento daqueles que possuem mínimos conhecimentos de Direito Penal, não permite prisão em flagrante de qualquer cidadão, por ser considerado, pela lei, de menor potencial ofensivo”, se defendeu, mais uma vez, o Flamengo.

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