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Zagueiro cita festa marcada e Fla preso no vestiário em 'tragédia' de 2004

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/11/2013 06h10

Um empate com gols fora de casa, a torcida empolgada para o jogo de volta e o time precisando de um resultado simples – 0 a 0 – em um Maracanã lotado para ser campeão da Copa do Brasil. O cenário para a partida da próxima quarta-feira, contra o Atlético-PR, não chega a ser uma novidade para o Flamengo. Ao mesmo tempo, tais circunstâncias remetem a um passado de péssimas lembranças e ligam o sinal de alerta no clube, que, nestas mesmas condições, perdeu o título da competição em 2004, para o modesto Santo André em uma das maiores tragédias do Rubro-negro jogando no Rio de Janeiro.

Zagueiro titular do time da Gávea na derrota por 2 a 0 para os paulistas, Fabiano Eller relembra a passagem negativa em sua carreira e relembra momentos de “oba-oba” excessivo antes do jogo e episódios apreensivos após o revés diante de mais de 70 mil pessoas.

“A confiança era muito grande e isso nos derrubou. É preciso tomar muito cuidado nestas horas. O Maracanã lotado sempre ajuda o time da casa, mas também pode ser um perigo. “Se não tiverem controle, o oba-oba atrapalha. Falta concentração, falta foco e tudo dá errado”, alertou.

“Em 2004, estava tudo muito complicado. O oba-oba era exagerado. Era festa marcada por jogadores e diretoria antes mesmo do jogo, amigo visitando a concentração para pedir ingresso, time achando que o jogo já estava resolvido. Tudo foi errado ali”, relembrou o experiente Eller.

O zagueiro que ainda teve passagens por Vasco, Palmeiras, Fluminense, Santos, Internacional e agora defende o Audax, do Rio de Janeiro, contou os momentos de tensão vivido pelo elenco no vestiário do Maracanã após a derrota.

“Foi f... Chegamos ao estádio pensando no título, na festa e terminamos escondidos no vestiário com medo da violência da torcida. Como controlar aquelas milhares de pessoas depois de desapontar todo mundo. Tinha torcedor querendo pegar a gente na porrada mesmo. Ficamos mais de três horas dentro do vestiário, cheio de segurança por perto, esperando o povo deixar os arredores do Maracanã”.

Otimismo para quarta
Na próxima quarta-feira, porém, Fabiano Eller acha que nada disso irá acontecer. Mesmo sem cravar um resultado positivo para o Flamengo, o ex-zagueiro do time carioca não vê o mesmo clima de “oba-oba” no clube, mesmo com estádio lotado e torcida confiante.

“É uma situação diferente. Tenho certeza que não teremos essas coisas erradas de festas, gente na concentração, dirigente se metendo. A coisa hoje é mais profissional. Os dois times podem ganhar, mas por suas qualidades, e não por falta de concentração dos outros. E hoje vejo o Flamengo mais perto de repetir as finais com título, e não aquela com a de 2004”, salientou Eller.

  • REUTERS/Paulo Whitaker

    Zagueiro Fabiano Eller (e) comemora gol do Flamengo na Copa do Brasil de 2004

“O Flamengo tem uma vantagem pelo Maracanã, mas vejo que respeita muito o Atlético-PR. Existe uma cautela, uma responsabilidade que não tinha em 2004. Os jogadores estão focados, cientes da responsabilidade. Eles sabem da importância de entrar ligado desde o início. Isso já diminui as chances de uma surpresa ou tragédia como aquela”, encerrou o jogador.

Após um empate no 1 a 1 no jogo de ida, em Curitiba, o Flamengo ficará com o título se segurar o 0 a 0 ou conseguir uma vitória simples. Um empate por mais de dois gols ou um triunfo do Atlético-PR dão o título aos visitantes e decretam mais um triste episódio do Rubro-negro carioca em finais em casa.

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