Renato lembra gols na Copa do Brasil e pede 'lasquinha' de medalha do Fla
Em caso de título do Flamengo na noite desta quarta-feira, na final contra o Atlético-PR, às 21h50, no Maracanã, os pouco mais de 20 atletas relacionados pelo técnico Jayme de Almeida subirão ao pódio para levantar a taça da Copa do Brasil e receber as respectivas medalhas. Além destes, membros da comissão técnica, alguns dirigentes e outros integrantes do elenco levarão a lembrança de ouro para casa. A lista, porém, não deve parar por aí.
Longe do Maracanã, em Santos, um jogador que teve sua importância na conquista espera deixar os problemas de uma rescisão polêmica para trás de olho em sua medalha. Ou pelo menos uma “lasquinha” dela. Trata-se de Renato Abreu.
Demitido pelo clube antes do meio da temporada, o jogador chegou a participar de quatro jogos na campanha. E para justificar seu pedido de pelo menos parte da medalha, o meia relembrou os gols decisivos marcados contra o Campinense, da Paraíba, ainda na segunda fase da Copa do Brasil.
“É claro que grande parte da campanha é mérito desse time que está aí hoje. O que eles estão fazendo desde as oitavas de final [jogo contra o Cruzeiro] é muito bacana. Mas eu sei que tenho minha importância nisso. Se o Flamengo está aí, é porque venceu adversários nas primeiras fases”, ressaltou Renato.
“E eu ajudei a classificar o time contra o Campinense. Foi um jogo pegado lá [em Campina Grande]. Saímos atrás logo no início e eu consegui fazer dois gols para virar”, recordou o meia, atualmente no Santos.
Com uma ação na Justiça onde pede indenização por danos morais pela maneira como foi desligado do clube, Renato Abreu nem pensa em nova polêmica. Na verdade, ele brinca ao pedir a sua fatia de reconhecimento em uma possível conquista.
“É claro que isso [receber alguma premiação] é uma decisão do clube e eu nem quero polêmica, mas tenho vontade de ser lembrado. É difícil. Não precisa nem ser a medalha inteira, mas pelo menos uma lasquinha. Acho que mereço. Se ficar ruim a lasquinha, podem me dar pelo menos aquele cordão que segura a medalha. Já fico satisfeito. [risos] Fato é que tive minha parcela nessa conquista”.
E se a diretoria pode vetar qualquer mínimo pedaço de medalha, alguns outros torcedores não pensam assim e reconhecem a importância de Renato na campanha.
“Ele tinha que estar lá. Esse cara faz falta demais”, disse o dono do restaurante onde o jogador encontrou a reportagem para um bate papo. “Renatão, não fica triste por estar fora. Sabemos do seu valor”, completou o comerciante João Augusto Prates.
Renato Abreu posa para foto com torcedor do Flamengo no centro do Rio de Janeiro
“O Flamengo é isso aí. Fico triste de não estar lá, mas o carinho da torcida me deixa mais tranquilo. Respeito todos os times que passei, desde o início no Marcílio Dias, mas o Flamengo é diferente. Foi um clube que me trouxe muita alegria. Sair de lá de repente e não fazer parte disso machuca muito. É ruim. É claro que gostaria de estar vivendo isso. Sei que poderia ajudar. Penso toda hora. Seria minha terceira Copa do Brasil aqui”, contou o meia do Santos.
O jogador ainda rechaçou qualquer problema que tenha ocorrido nos bastidores do clube – como alegou a diretoria em sua demissão – e ainda revelou a torcida por companheiros que mantém contato até hoje.
“Não tenho qualquer mágoa desse grupo. Deixei amigos que mantenho contato até hoje e vou torcer por todos eles. Não tem como ser diferente, até pelo carinho que carrego até hoje por essa torcida. Tenho muita saudade dessa galera e desse ambiente”, disse, antes de posar para mais uma foto com outro torcedor do Flamengo.
Sem medalha, por enquanto, Renato Abreu pode contar pelo menos com o carinho de quem passava nas ruas durante breve caminhada no centro do Rio de Janeiro na véspera da grande decisão. “Não deixa de ser um troféu para mim”, encerrou.
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