Jayme lembra começo sem rumo no Fla e 'chope gostoso' para celebrar título
Jayme de Almeida nunca esteve tão leve. O peso presente em suas costas desde que assumiu o time, no final de setembro, diminuiu após a situação ser resolvida no Campeonato Brasileiro – livrou o time da ameaça de rebaixamento – e foi zerado com o título da Copa do Brasil na última quarta-feira.
E assim, bem leve, ele sentou na temida cadeira de entrevista coletiva do CT Ninho do Urubu nesta sexta-feira para fazer um balanço dos pouco mais de dois meses à frente do Flamengo. O técnico relembrou o começo praticamente sem rumo na função e brincou, dizendo que o chope nunca havia descido de maneira tão gostosa como na última quinta, quando foi comemorar a conquista.
“Quando fui chamado a minha cabeça era para um jogo. O Flamengo estava conversando com o Abel [Braga]. Não vou dizer que estava apavorado, mas estava sem rumo. Nem a diretoria esperava [queda de Mano Menezes e troca]. Fizemos um jogo contra o Náutico razoável. Vi que a coisa não estava tão ruim e pensei: vou repetira a escalação. O Abel não aceitou na segunda, eu treinei o time na terça. Alterei pouca coisa, coloquei o Amaral. Conversamos entre nós e definimos a maneira de se postar em uma situação como aquela. E o time estava perto de cair”, lembra.
“No jogo com o Botafogo [pelo Brasileiro], time reagiu de maneira muito positiva. Ali, vi que a torcida estava junto e que poderia nos ajudar para caramba. A partir daí, o time passou a ser muito forte no Maracanã. Isso ajudou e foi fundamental nas duas competições. A equipe pegou corpo, ficou madura e a coisa caminhou naturalmente”.
Jayme ainda lembrou da maneira negativa como o time do Flamengo era visto e ressaltou a mudança de atmosfera após as vitórias e o título.
“A verdade é que ninguém acreditava no time. Todo mundo dizia que eram fracos e ninguém jogava nada. Hoje em dia, você vai à rua e vê a torcida feliz, confiante. Foram os jogadores que mudaram isso, com muita postura e vontade A partir das quartas de final da Copa do Brasil [contra o Botafogo], tinham gente que saía lá da ‘casa do chapéu’, de todos os cantos do país, para nos ver. Eles vieram porque sabiam que iam ter resposta de campo. O elenco percebeu isso, viu como é bom jogar no Flamengo”.
Questionado sobre o futuro, o comandante despistou. “Não pensei em nada ainda. Só quis saber de curtir esse peso que sai das costas. Tomei chope ontem [quinta], uns três; Que chope gostoso [risos], desceu bem. Fiquei bem mais leve”.
Nós próximos dias, porém, ele não poderá fugir do assunto. E já decidiu até que deve buscar um empresário para resolver isso. “Infelizmente ou felizmente, vou ter que ter um empresário. É óbvio. Ninguém trabalha em lugar nenhum sem isso”, salientou.
Ainda assim, fez questão de ressaltar que não será o dinheiro que definirá os próximos passos de sua carreira à beira do campo.
“Não é dinheiro a questão. Até agora sou funcionário. Nunca perguntei se vou ganhar R$ 500 mil ou R$ 100 mil. Minha preocupação é sentar na mesa e ver se é isso que eles [dirigentes] querem. Valores a gente acerta. Minha vida nunca foi pautada por isso. Dinheiro é bom para caramba, mas não me compra”, encerrou.
Enquanto isso, entre chopes e alguns pensamentos sobre o futuro, Jayme de Almeida comanda o Flamengo nos dois últimos compromissos da temporada. Com compromisso até dia 8 de dezembro, ele dirige o Rubro-negro contra o Vitória, neste domingo, e diante do Cruzeiro, na próxima semana.
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