Levir se sente "derrotado" por afastamento de atletas, que o time superou

Para golear o Flamengo, por 4 a 1, na noite de quarta-feira, e conseguir sua vaga, pela primeira vez, na decisão da Copa do Brasil, contra o rival Cruzeiro, o Atlético-MG teve de superar o episódio do afastamento de Jô, André e Emerson Conceição, por indisciplina. Jogadores e o técnico Levir Culpi não se esqueceram dessa situação, mesmo em um ambiente de alegria, motivada pela classificação novamente épica. Nesta quinta-feira, a diretoria do Atlético-MG deve anunciar oficialmente o futuro dos jogadores. A decisão foi tomada na última terça-feira, mas não foi comunicada imediatamente por causa do jogo com o Flamengo.

Levir Culpi foi o primeiro a falar do afastamento dos três jogadores, em função de ato de indisciplina, não especificada pela diretoria do Atlético-MG, após a derrota para o Atlético-PR, por 1 a 0, no último domingo, no Hotel Bourbon, em Curitiba. O treinador atleticano disse ter se sentido “derrotado” por não ter conseguido que Jô, André e Emerson Conceição entendessem a sua filosofia de trabalho.

“Não me considero um gestor, me considero um perdedor. Perder três jogadores numa hora dessas, é sinal que eu não consegui passar para eles, o que eu deveria passar. Eles não conseguiram me entender. Me sinto um perdedor, foi para mim a pior derrota no Atlético desde que eu cheguei”, comentou Levir Culpi.

Ele disse ter ficado muito triste. “Não passei bem ontem e anteontem, me senti derrotado, pois eu sei o que eles sentem, o que passa, mas a gente está tentando dar exemplo, um conselho, para que eles tenham uma carreira melhor. Eles não são preparados para atingir este estrelato e esta parte financeira que estão atingindo neste momento”, observou.

“Infelizmente são pouco preparados para atuar profissionalmente nos dias de hoje, isso me doeu muito. Procuro sempre contar as histórias que passei como jogador e agora assisto como treinador. Fiquei muito triste, pois são três ótimas pessoas, não são mal caráter, são ótimas pessoas, mas não são educados para serem profissionais como devem ser”, acrescentou Levir Culpi.

O lateral direito Marcos Rocha comentou que o grupo procurou se fechar ainda mais, após o afastamento dos três companheiros, mas a tristeza por não contar com eles continuou. Além disso, o jogador destacou a importância de Jô, André e Emerson Conceição, especialmente os atacantes, já que Levir Culpi ficou sem nenhum centroavante de referência para o caso de mexer no time.

“São jogadores que hoje dentro do vestiário a gente estava falando que tinha só o Marion como atacante no banco, são jogadores importates como Jô, André, e Emerson. A gente sabe que no decorrer dessas partidas iriam fazer falta, especialmente quando o Levir precisasse colocar um atacante como referência”, salientou.

“Mas a gente respeita decisão da diretoria, a gente fica triste por ter perdido três companheiros, mas como eu falei hoje no Brasileiro não dá tempo de lamentar as perdas, as derrotas, na Copa do Brasil a mesma coisa, na semana decisiva do jogo com o Flamengo perdemos três companheiros, então, colocamos para nós mesmo dentro do grupo, não dá para lamentar”, destacou.

“Vamos passar por cima de tudo, sabemos da nossa força, mesmo sem companheiros importantes. Fomos para cima do Flamengo e fomos abençoados com a classificação”, acrescentou Marcos Rocha.

Marcos Rocha demonstrou que, ao contrário dos três afastados, aprendeu a lição passada por Levir Culpi. “Acho que não dá tempo de comemorar, vamos ter jogo no sábado, temos que descansar, guardar energia, porque depois se sábado já temos o primeiro jogo da final, acho que quando mais a gente se resguardar, ficar com a nossa família, respeitar o horário que o Levir determina, tenho certeza que será melhor”, destacou.

“Alguns jogadores estão reclamando de cansaço, mas temos de esquecer cansaço, pois é final diante do nosso maior rival, a gente vai ter que passar por cima diante de todas a s dificuldades, como a gente vem passando, nos unir mais uma vez, fazer grande jogo na quarta-feira, dar passo quem sabe para chegar no segundo jogo com a mão na taça”, complementou.

O goleiro Victor, outro destaque atleticano, valorizou o poder de superação atleticano. “A equipe vem crescendo, vem se fortalecendo, jogadores lesionados, perdas consideráveis, alguns problemas extracampo, mas a gente vem na superação. É um grupo de muita amizade, todo mundo confia muito no grupo. Tivemos hoje vários amigos da base que serviram muito bem”, disse.