Atlético e Cruzeiro iniciam disputa por titulo e hegemonia em Minas
Em meio a polêmica envolvendo duas diretorias por causa dos ingressos de visitantes, Atlético-MG e Cruzeiro abrem, nesta quarta-feira, às 22h, no Independência, a disputa pelo título da Copa do Brasil. Mais importante da história de ambos, o duelo ganha roteiro decisivo na busca pela hegemonia recente em Minas Gerais.
O clássico desta quarta-feira será a de número 486, segundo estatísticas fornecidas pelo mandante Atlético. Há divergência em relação aos números celestes, que aponta o duelo como o de número 468. Apesar da contradição dos números, os rivais reconhecem a importância histórica do encontro pela Copa do Brasil.
“Acho que deveria ser feriado, dia inesquecível para entrar para a história do futebol mundial. Escrever o nome na história vai ser bom, até porque o futebol mineiro vem crescendo muito, estamos todos de parabéns”, disse Maicosuel, que participará do seu primeiro clássico mineiro pelo Atlético.
"Será um jogo complicado, um clássico, ambos com méritos para chegar à final. É fazer um bom jogo no estádio do adversário”, observou o zagueiro Bruno Rodrigo, que deverá formar dupla de zaga com Léo no primeiro jogo da decisão do torneio nacional.
Atlético e Cruzeiro marcam a história do futebol brasileiro como uma das maiores rivalidades do país, fato que cresceu nesta temporada com o melhor rendimento atleticano nos duelos passados. Em cinco encontros em 2014, a equipe atleticana triunfou duas vezes, ambas pelo Brasileirão e tiveram outros três empates, todos pelo Campeonato Mineiro, que resultou na conquista celeste após dois anos de jejum.
O confronto desta quarta, além de ser histórico, por marcar o primeiro encontro entre os dois clubes decidindo uma competição nacional, colocará em campo a rivalidade e a hegemonia recente em Minas Gerais. Em 2013 e 2014, Atlético e Cruzeiro polarizam as disputas por títulos. O alvinegro ficou com os títulos da Libertadores e da Recopa. O time celeste levou o Brasileirão no ano passado e lidera a competição desta temporada com cinco pontos de frente para o vice-líder, São Paulo.
O decisão começou fora das quatro linhas com uma polêmica. A celeuma começou quando o Atlético decidiu exigir a cota de 10% dos ingressos de visitantes, contrariando o que havia dito o presidente Alexandre Kalil, que havia se manifestado a favor de torcida única. A medida irritou o mandatário do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, que também resolveu exercer o direito das entradas.
“Recebemos a notícia que ele (Kalil) não iria honrar a palavra dele e que gostaria de solicitar os 10% dos ingressos contra o Cruzeiro. Achei um desaforo, achei que é alguém querer levar uma vantagem ilícita em cima do Cruzeiro", afirmou Gilvan.
“Nem sei o que ele (Gilvan Tavares) está falando, não conversei, nunca tive nenhum tipo de compromisso com ele", rebateu o presidente atleticano. “Está muito descontrolado, muito aflito, muito nervoso, ele pode até passar isso para a equipe. Então, para ele ficar mais tranquilo, é só mais uma decisão, e o Atlético está acostumado a decisão".
Na terça-feira, a diretoria do Cruzeiro informou, por meio de nota, que abriu mão da cota de 10% dos ingressos de visitante alegando que o Atlético realizou manobras e não enviou os bilhetes em tempo hábil para serem comercializados. O clube celeste cobra punição ao rival por não cumprir o Regulamento Geral das Competições.
A briga pela quantidade de torcedores e pelo fator campo tem motivo. O Independência, casa do Atlético, detém números positivos para o time alvinegro, que como mandante, venceu quatro vezes e empatou duas nos confrontos contra o maior rival. A grande preocupação em relação aos 10% de torcedores dos clubes nas duas partidas da final surge por conta dos enfrentamentos de torcedores, com bombas, que ocorreram no clássico do segundo turno do Brasileirão no Mineirão, provocando punições aos dois clubes.
“Clássico é decidido em campo. Os dois times têm muita força na sua casa. E vão procurar fazer para que prevaleça. O Atlético no Independência. Mas não será fácil para ninguém. Jogos difíceis, disputados, pequenos detalhes vão decidir. Final de Copa do Brasil ninguém quer perder, ninguém pode errar. O Atlético vai procurar para não errar e conquistar a vitória”, ressaltou o zagueiro atleticano Leonardo Silva.
Para chegar a final, o Atlético teve o caminho mais difícil e sofrido. O alvinegro mineiro passou com vitória heroica sobre o Flamengo, por 4 a 1, no Mineirão, após perder o jogo da ida por 2 a 0 e sair perdendo o da volta por 1 a 0. Já o Cruzeiro também teve dificuldades, a equipe passou pelo Santos ao empatar por 3 a 3 no interior de São Paulo, após ficar dois gols atrás do marcador.
Os rivais chegam para o duelo decisivo sem muitos desfalques. O Cruzeiro não terá o zagueiro Dedé e o meia-atacante Alisson, peças importantes do esquema de Marcelo Oliveira. Por sua vez Levir Culpi terá o time titular que vem atuando nos últimos jogos todo à sua disposição. Mas levará para o Independência dúvida em relação ao esquema tático, com dois volantes ou apenas um e a disputada pela titularidade entre Leandro Donizete e Josué.
ATLÉTICO-MG X CRUZEIRO
Data: 12/11/2014 (quarta-feira)
Horário: 22h00 (de Brasília)
Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ
Auxiliares: Emerson de Augusto Carvalho (FIFA-SP) e Rodrigo Henrique Correa (RJ)
Atlético-MG
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Josué (Leandro Donizete), Dátolo, Luan e Maicosuel (Leandro Donizete); Diego Tardelli e Carlos
Técnico: Levir Culpi
Cruzeiro
Fábio; Mayke, Léo, Bruno Rodrigo (Manoel) e Egídio; Henrique, Lucas Silva, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Willian e Marcelo Moreno
Técnico: Marcelo Oliveira
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