Briga por ingressos deixa Mineirão com buracos, mas atinge renda histórica
Nos dias que antecederam a grande decisão da Copa do Brasil, a discussão sobre a divisão dos ingressos da partida por vezes ofuscou a expectativa sobre o jogo em si. Cabo de guerra entre dirigentes, torcidas em guerra, intervenção do STJD... O resultado de tudo isso? Um Mineirão parcialmente vazio, com "só" dois terços da sua capacidade. Em compensação, a terceira maior renda do futebol brasileiro.
Ao todo, 39.786 espectadores foram ao estádio Governador Magalhães Pinto, gerando uma bilheteria de R$ 7.855.510,00. A dicotomia é curiosa e expõe um debate cada vez mais recorrente no futebol brasileiro.
Mandante, o Cruzeiro tinha colocado 60 mil ingressos à venda, apenas 1,8 mil para os visitantes. Cerca de 20 mil bilhetes, portanto, encalharam. O reflexo disso foi nítido. Toda a área nobre do estádio, na parte central do gramado, estava parcialmente vazia. O resultado disso foi um Mineirão com menos cara de "caldeirão".
Só que o resultado financeiro foi muito positivo. Considerados apenas os jogos envolvendo clubes, esse Cruzeiro x Atlético-MG é a terceira maior renda da história do futebol brasileiro, atrás apenas de Atlético-MG x Olimpia (R$ 14.176.146,00, final da Libertadores de 2013) e Flamengo 2 x 0 Atlético-PR (R$ 9.733.785,00, final da Copa do Brasil de 2013).
Esse volume de dinheiro se explica pelos valores praticados pelo Cruzeiro, que colocou os preços entre R$ 200 e R$ 700 na maior parte do estádio. Os valores dos bilhetes e sua distribuição entre os rivais foram assunto desde o início da decisão.
No jogo de ida, no Independência, o Atlético-MG atendeu um laudo da Polícia Militar e liberou apenas 8,3% da carga de ingressos para o Cruzeiro, em vez dos 10% previstos em lei. A diretoria celeste viu na atitude uma manobra e recusou os bilhetes, transformando o primeiro clássico da final em uma partida de torcida única.
No segundo jogo, o Cruzeiro deu o troco. Mandante, o clube celeste ofereceu só 1,8 mil ingressos ao Atlético-MG, que esperava cerca de 6 mil, ou 10% do Mineirão. A briga chegou a envolver o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), mas o Galo teve de se contentar com menos bilhetes do que esperava.
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