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Argel lembra título de 92 com Inter: "Comprei um telefone residencial"

Treinador era reserva do time campeão em 1992 e com prêmio comprou telefone fixo - Jeremias Wernek/UOL
Treinador era reserva do time campeão em 1992 e com prêmio comprou telefone fixo Imagem: Jeremias Wernek/UOL

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

22/09/2015 18h58

Vinte três anos atrás, o Internacional enfrentou o Palmeiras e venceu o duelo de Copa do Brasil. Mais de duas décadas depois, Argel não esquece o título conquistado em cima do Fluminense e os reflexos daquilo. Reserva daquele time, o agora técnico do Colorado recorda até o que fez com o prêmio recebido: comprou um telefone fixo para falar com a mãe.

“Estava no grupo, mas foi o primeiro bicho que eu peguei. Me ajudou a comprar um telefone residencial, ali eu consegui a falar com a minha mãe”, comentou Argel em entrevista coletiva na véspera do confronto com o Palmeiras.

A conquista foi no Beira-Rio, com o gol de pênalti de Célio Silva, mas para o ex-zagueiro tudo mudou no Rio de Janeiro. Na partida de ida. Quando o Fluminense vencia por 2 a 0 e Caíco descontou.

“No ano seguinte eu joguei a Libertadores com o grupo. Foi um jogo tenso em casa, contra o Fluminense. A gente ganhou o título no gol do Caíco, lá nas Laranjeiras, estava 2 a 0. Imagina decidir lá, devia ter uns 20 mil no estádio. O Caíco entrou no final e nos colocou de novo na disputa”, relembrou.

Nesta quarta-feira, o Internacional reencontra o Palmeiras em um confronto de Copa do Brasil. Argel não terá à disposição D’Alessandro, Eduardo Sasha, Lisandro López e Rafael Moura. Mas segue otimista de que o fator local pode ajudar contra o melhor ataque do Brasileirão.

Confira mais respostas do treinador em entrevista coletiva

Se tivesse o Sasha consequentemente não jogaríamos neste sistema. Este sistema é muito seguro, começamos assim contra o Corinthians e fomos bem. Fiemos um bom primeiro tempo e depois trocamos. Contra o Fluminense aqui também, Cruzeiro em Belo Horizonte, Coritiba lá. Temos usar as armas que temos.

FAZER GOL É MAIS IMPORTANTE DO QUE NÃO LEVAR

Primeira coisa: a eliminatória é de 180 minutos e temos de fazer o nosso dever de casa. Vencer. Depois, não levar gol. Vamos jogar primeiro aqui e depois lá em São Paulo. Está claro o que precisamos fazer. Placar de 1 a 0 na Copa do Brasil é resultado importante. O segundo ponto é não levar gol em casa.

D’ALESSANDRO FORA POR TEMPO INDETERMINADO

Ele está entregue ao departamento médico. Ele, Sasha, Lisandro, Rafael Moura, Alisson Farias... Vamos aguardar. Estes jogadores estão fora deste jogo e vamos ver para o próximo jogo.

PALMEIRAS EM VANTAGEM POR JOGAR A SEGUNDA EM CASA

Você já respondeu a pergunta, eles têm qualidade. Quarta-feira passada veio a melhor defesa da competição... Não acho que o adversário tenha vantagem por jogar o segundo em casa. Se não me engano, a final da Copa do Brasil de 2009 foi aqui. E quanto foi o jogo? Os dois times são equilibrados, tem suas qualidades. O adversário tem o melhor ataque do Brasileirão, sim, mas é preciso estar muito atento e focado.

NÍVEL DO JOGO CONTRA O CORINTHIANS PODE SER REPETIDO

Claro que dá. Se fez uma vez, pode fazer duas. Se nunca fez, aí é problema. Este é o modo. Sabemos que sempre que se vai para um jogo grande a motivação é maior. A concentração é maior. É uma briga de cachorro grande, dois clubes com história e camisa. A motivação é sempre grande. Se a gente teve a capacidade de fazer isso contra Corinthians, Vasco e Atlético-PR... O nosso desafio é repetir nossa atuação de jogos grandes.

JOGOS ÀS 11H

Eu sou contra, a primeira coisa. Quem coloca o jogo às 11h nunca jogou bola na vida. Deve estar no ar-condicionado. Não tem como jogar futebol em um país tropical como o nosso. Colocar os jogos às 11h da manhã é um crime contra os atletas profissionais. Tem o apelo da torcida? Ok. Então tem que existir igualdade. Não pode um jogar sete vezes e outro duas. Aqui no Brasil se lança moda, mas é moda para alguns. Nosso país é assim, vem lá de Brasília. Querem fazer o jogo às 11h da manhã? Sem problema, mas então vamos fazer todos jogarem nesse horário. Igualdade para todos. Não o que estamos vendo aí. A diferença é grande, jogar em Goiânia às 11h e jogar em Goiânia à noite. Vejo uma disparidade grande e falta de bom senso grande.

TRABALHO FORTE CONTRA DESFALQUES

Acho que é trabalho. Que bom tinha um João de Barro, gosto dele. É um trabalhador. Me chamou atenção quando olhei. É importante o trabalho, não vejo outra forma de vencer sem trabalhar. Se já é difícil quando se trabalha, imagina quando não se trabalha. Não coloco desculpa em ausência. Pegamos o Inter em 13º colocado e estamos em sétimo, três pontos atrás do G4. Não contratei 10 e nem mandei 10 embora. É o mesmo grupo, sem o Aránguiz e o Nilmar. Não vamos lamentar, vamos trabalhar com o que temos. Tenho confiança nestes jogadores, eles deram boa resposta.

AUSÊNCIAS TIRARAM O SONO

Estou bem tranquilo, isso faz parte. Ninguém se machuca porque quer.

BRUNO BAIO RELACIONADO PARA O JOGO

O Bruno Baio é alto, tem bola aérea forte. É um centroavante que joga de bico de área a bico de área. Ele tem qualidade, não é por ser garoto que não tem qualidade. Nós vínhamos acompanhando ele, o Alex Santana também. A gente faz coletivos contra times da base e ele me chamou atenção. É alto, se impõe. Tem boa estatura, se mexe bem. Tem feito gols na Copa da FGF. O Internacional sempre foi um clube formador e como a gente não pode contratar ninguém, além da base ter investimento alto, vamos buscar lá um jogador para apostar.

HISTÓRICO COMO MANDANTE AJUDA

Nós fizemos sete gols em casa, em cinco não levamos gol. Sofremos dois. É simplicidade, mas no futebol é difícil ser simples. Vamos enfrentar um time altamente ofensivo, um time que joga para frente... Não temos muito o que esconder, o Marcelo nos conhece e a gente conhece ele.

BOLA AÉREA TREINADA

Quem marca aquela bola é o Rafael Marques, não quem bate. A gente não precisa falar do adversário. Todo mundo nos conhece. Isso passa internamente, eu com os atletas. No escanteio a nosso favor, quem marca é o Rafael. Até pela estatura. Não adianta falar das qualidades do adversário, das qualidades do Inter. Das suas virtudes.