"DVD foi um erro", diz ex-dirigente do Inter que fez dossiê do Corinthians
Em junho de 2009, Fernando Carvalho criou um dossiê contra o Corinthians: segundo ele, o rival do Inter chegara à final da Copa do Brasil ajudado por equívocos da arbitragem. Passados oito anos, o ex-dirigente admitiu que errou ao montar o famoso DVD, que virou bordão do adversário desta quarta - sempre que pode, o clube paulista provoca os colorados sobre o assunto.
"Eu acho que não devia ter feito. Aquilo foi ruim para o clube, foi ruim para mim. Mas não sei se não faria de novo. Às vezes o momento que a gente vive te leva a tomar a atitude. Hoje, bem mais calmo e tranquilo, com várias coisas que aconteceram depois, acho que foi um erro. Foi um erro. Não sei se tinha de ter agido daquela maneira. Sem dúvida foi um erro", disse Carvalho em entrevista ao UOL Esporte.
Nesta quarta-feira, os times se encontram pela primeira vez em um mata-mata depois da decisão de 2009, vencida pelo Corinthians após um 2 a 0 no Pacaembu e um empate por 2 a 2 em Porto Alegre. O confronto é válido pela quarta fase da Copa do Brasil e terá início às 21h45 (de Brasília), no Beira-Rio.
O termo DVD, desde aquela fatídica decisão, é usado à exaustão pelo Corinthians - foi mencionado, por exemplo, após uma vitória por 2 a 1 em Itaquera, em 2015, com a expressão "põe no DVD" levada ao telão externo da Arena Corinthians.
O ex-dirigente do Inter reconhece que o dossiê 'feriu os brios' do clube paulista, que praticamente tornou-se hegemônico no duelo. Após o DVD, o Corinthians venceu o Inter dez vezes, com três empates e apenas três derrotas.
"É uma coisa superada, já passou, acho que errei, não é bom ficar relembrando, é uma página virada. A rivalidade é sadia. Vejo o Corinthians brincar com a história do DVD. Felizmente para eles, o time venceu mais do que perdeu depois daquilo, mas a vida vai e vem, daqui a pouco muda", afirmou Carvalho.
DVD turbinou a rivalidade
O ex-presidente do Inter ainda ressaltou que a rivalidade com o Corinthians hoje só é menor que a do Grêmio. Para ele, a disputa pelo título brasileiro de 2005 reacendeu o entrevero entre os dois clubes. O DVD, então, a levou a proporções ainda maiores.
"A rivalidade começou de uma forma tênue em 1976, quando ganhamos o Brasileiro. Depois tinha uma certa rivalidade dependendo da situação dos dois times, ela crescia e diminuía. A partir de 2005, no campeonato que o Corinthians foi beneficiado pelas decisões do tribunal, realmente virou uma grande rivalidade", explicou.
Para Carvalho, a utilização do termo 'põe no DVD' como provocação é válido e compreensível. "Faz parte da rivalidade, do lado bom do futebol. Isso foi feito em cima de um fato que o Corinthians levou vantagem. Temos de assimilar, quem errou do lado de cá que assimile e dê a volta por cima", ressaltou o dirigente.
Segundo Carvalho, a falta no Tinga existiu
Em entrevista ao UOL Esporte, o ex-goleiro Fábio Costa disse que não cometeu pênalti em Tinga na partida decisiva do Brasileirão 2005. Segundo ele, o próprio ex-volante admitiu logo após o lance que não foi derrubado.
Carvalho rebateu as declarações ao dizer que a falta na área existiu. De acordo com o dirigente, o Inter foi prejudicado pelo árbitro Márcio Rezende de Freitas naquela ocasião.
"Nem que a pessoa diga que não foi falta. Foi visível. A cena é muito forte. Depois de tudo o que aconteceu, o Fábio Costa está defendendo o lado dele. E faz parte. Mas que foi pênalti, foi e todo mundo sabe", disse Carvalho, que deixou de lamentar a perda do título brasileiro. "A gente superou, depois ganhamos a Libertadores e o Mundial", completou.
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