De execrado a xodó, Márcio Araújo inspira Fla em busca do tetra da Copa BR
A carreira de Márcio Araújo é uma linha tênue entre céu e inferno. Adorado pelos treinadores, mas sempre enfrentando a resistência das torcidas por onde passou. Um ponto, porém, talvez seja o principal na trajetória. O volante é inabalável, característica que o levou de execrado a xodó no título Estadual do Flamengo. Ele não se deixa levar por elogios, assim como não se esconde nas críticas. É com o espírito do camisa 8 que o Rubro-negro inicia nesta quarta-feira (10) a caminhada em busca do tetracampeonato da Copa do Brasil. O adversário é o Atlético-GO, às 19h30 (de Brasília), no Maracanã, pela partida de ida das oitavas de final.
Márcio Araújo é um dos jogadores de confiança do técnico Zé Ricardo. A recente renovação com o Flamengo foi alvo de críticas nas redes sociais e fez até o presidente Eduardo Bandeira de Mello sair em sua defesa. Os discursos dos profissionais rubro-negros para elogiar o volante são baseados nos números dos analistas de desempenho e no comprometimento do atleta no dia a dia.
Quando retomou a vaga entre os titulares do Flamengo depois de iniciar a temporada na reserva, Márcio Araújo mais uma vez se viu em situação delicada com a maior parte da torcida. A cena vista no último domingo (7) - quando o volante foi ovacionado no Maracanã durante a comemoração do 34º título Carioca do Rubro-negro - era inimaginável em um passado recente. Só que nem isso foi capaz de alterar o que o camisa 8 pensa sobre o futebol.
“Eu nunca me preocupei com isso [reconhecimento da torcida]. É claro que ajuda. É muito mais fácil jogar sendo reconhecido, mas não tira o meu sono. Em algumas ocasiões, o apoio do torcedor não virá e precisamos trabalhar da mesma forma. É dar o melhor sempre e ter o reconhecimento da comissão técnica e dos nossos amigos. Se vier da arquibancada, melhor ainda. Mas não podemos trabalhar pensando nisso”, afirmou Márcio Araújo ainda no gramado do Maracanã, pouco depois de dar a volta olímpica com os companheiros.
O volante também brincou e disse não estar acostumado com os elogios. Prefere até que eles não aconteçam. Uma característica de quem não se empolga facilmente e pouco muda o semblante mesmo após ter sido um dos pilares do Flamengo na conquista do Estadual.
“É difícil jogar em um grande clube e não ganhar nada. Ficamos três anos sem levantar uma taça. A pressão é muito grande e sempre cai sobre alguém. Todo mundo tem méritos e culpas. Acho até que viver essa situação de elogios é mais difícil. O pessoal fica elogiando muito, todo mundo manda mensagem e acaba tirando um pouco o foco das coisas. Não gosto mesmo. Prefiro que não mande. Fico contente de gostarem das coisas que faço, mas que fique para eles. Não precisa chegar em mim. Quero trabalhar sério, pois sei que preciso me superar a cada jogo. Se der brecha, as coisas voltam como eram”, comentou.
É no embalo da sobriedade de Márcio Araújo e na inspiração de transformar momentos difíceis em conquistas que o Flamengo busca mais um título na temporada. Não será fácil conciliar a Copa do Brasil com o Campeonato Brasileiro e a Libertadores - principal objetivo de 2017. Porém, o Rubro-negro tem oito jogos pela frente para realizar um novo sonho.
“O Márcio é um jogador muito forte mentalmente e passa pelos momentos de crítica praticamente ileso. Ele me ensinou muito com isso e ainda tem bastante a nos ensinar aqui no Flamengo. É um atleta preparado, de grupo e tenho a certeza de que teria muito sucesso fora do Brasil se tivesse saído há um tempo atrás na carreira. Ele seria extremamente valorizado pelo futebol e pelas estatísticas que apresenta a cada jogo”, encerrou Zé Ricardo.
FLAMENGO X ATLÉTICO-GO
Data/hora: 10/05/2017, às 19h30 (de Brasília)
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lima (RS)
Auxiliares: José Eduardo Calza (RS) e Lúcio Beiersdorf Flor (RS)
Flamengo
Alex Muralha; Rodinei, Réver (Juan), Rafael Vaz e Renê; Márcio Araújo (Cuéllar), Willian Arão (Romulo) e Trauco; Berrío, Gabriel e Leandro Damião
Técnico: Zé Ricardo
Atlético-GO
Kléver; Eduardo, Roger Carvalho, Ricardo Silva e Bruno Pacheco; Igor, Marcão, Everaldo, Jorginho e Walterson; Júnior Viçosa
Técnico: Marcelo Cabo
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