STJD rejeita provas e denuncia presidente do Santos por acusar repórter
A Procuradoria-Geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou o presidente do Santos, Modesto Roma Jr., nos artigos 1, 191 e 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) após a confusão na partida contra o Flamengo pela Copa do Brasil. Na visão do Tribunal, o cartola infringiu a imagem e a credibilidade do torneio ao acusar o repórter da TV Globo Eric Faria sem provas.
Na visão do Tribunal, o clube não apresentou qualquer prova concreta sobre a citada interferência externa – em um pênalti marcado para o Santos e posteriormente anulado. O UOL Esporte apurou que o Santos chegou a enviar depoimentos de um torcedor que estava em um camarote próximo ao quarto árbitro e que teria comprovado a interferência externa, além de fotos e imagens do circuito interno da Vila Belmiro, mas a Procuradoria rejeitou tais documentos, entendendo que não havia referência ao caso concreto - apenas especulações.
Diante disso, a Procuradoria enquadrou Modesto por “declarações antidesportivas e as que venham a macular a imagem da competição ou da CBF serão passíveis das punições” (artigo 1) e por desrespeitar os membros da equipe de arbitragem, ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões (artigo 258).
O presidente santista pode ser suspenso por até 180 dias. O artigo 191 do CBJD ainda prevê como punição multa de até R$ 100 mil pelo caso.
O caso será julgado na Terceira Comissão Disciplinar, na próxima quarta (9), às 14h30, no STJD.
"Com a polêmica instaurada e acusações graves a Procuradoria iniciou procedimento a fim de esclarecer os fatos e colher elementos que confirmassem a citada interferência externa e apurar a conduta do Santos e seu presidente. Neste sentido, a Procuradoria solicitou manifestação dos envolvidos: do repórter Eric Farias, dos árbitros da partida e do Santos. Em resposta a solicitação, o repórter negou qualquer comunicação com o quarto árbitro, que também afirmou que em nenhum momento se comunicou com Eric Faria, enquanto Leandro Vuaden, árbitro titular negou conhecimento ao fato. No posicionamento do Santos, o clube disse que não foi responsável pela divulgação do comunicado. A manifestação reafirma ainda a interferência externa. Com a ausência completa de elementos mínimos a caracterizar as acusações do clube e por entender que os fatos narrados são graves, a Procuradoria passou a analisar a conduta do Santos e de seu presidente com base no Código Brasileiro de Justiça Desportiva", disse o Superior, em nota da tarde desta sexta (4).
Relembre o caso:
SANTOS PEDE ANULAÇÃO
Por causa do lance, o Santos enviou à CBF um pedido de anulação da partida contra o Flamengo. O clube paulista acusa uma interferência externa do repórter Eric Faria, da “Globo”, sobre a arbitragem.
Pelo Twitter, Faria chamou de “leviana” as acusações de que teria comunicado o quarto árbitro sobre o lance.
AFASTAR REPÓRTERES DA GLOBO?
Para além de anular o jogo com o Flamengo, o principal objetivo da pressão da diretoria do Santos é afastar os repórteres da Globo dos árbitros no campo. Na visão na cúpula santista, a proximidade dos jornalistas do quarto árbitro e auxiliares tem causado problemas recorrentes de suspeita de interferência externa nos jogos do Brasileiro e da Copa do Brasil.
GLOBO REPUDIA ACUSAÇÕES
A Rede Globo emitiu nota oficial nesta quinta-feira (27) para repudiar as acusações do Santos contra o repórter Eric Faria. O clube paulista alega que o jornalista interferiu na arbitragem para influenciar o árbitro Leandro Vuaden a voltar atrás na marcação de um pênalti contra o Flamengo, em jogo válido pelas quartas de final da Copa do Brasil, no qual o Santos foi eliminado.
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