Victor envia camisa da classificação para a família de Bebeto de Freitas
A noite no Independência foi marcada por muita emoção. Pouco mais de 24 horas depois da morte de Bebeto de Freitas, na Cidade do Galo, o Atlético-MG estava em campo para enfrentar o Figueirense, pela terceira fase da Copa do Brasil. A classificação atleticana veio, mas com sofrimento e Victor se destacando nos pênaltis mais uma vez. E o goleiro enviou a camisa que vestia quando pegou os pênaltis batidos por Jorge Henrique e Diego Renan para a família de Bebeto de Freitas, que era diretor de controle e administração do clube.
Victor já estava na Cidade do Galo quando tudo aconteceu. Até por isso, o goleiro presenciou todo o socorro prestado ao ex-técnico de vôlei, mentor da geração de prata, que não resistiu a parada cardíaca e morreu no CT atleticano. E o arqueiro alvinegro esteve no velório de Bebeto de Freitas, na manhã dessa quarta-feira, durante o período em que o corpo ficou na sede administrativa do Atlético. Victor foi para representar todos os jogadores.
“Foi difícil entrar em campo, principalmente para quem presenciou toda aquela cena no dia de ontem (terça-feira). Mexeu bastante com a gente, uma noite complicada, mas que terminou bem. Fico feliz pelas defesas, dedico essa vitória ao Bebeto e sua família por tudo que ele representa na história do esporte”, disse Victor na saída do gramado, após pegar dois pênaltis diante do Figueirense e ser determinante na classificação.
O clima de comoção tomou conta do estádio. De fato, o Independência viveu uma noite diferente. Muitas homenagens para Bebeto de Freitas, incluindo por parte da torcida atleticana. O minuto de silêncio deu lugar ao minuto de aplausos. Os torcedores presentes no Horto ficaram batendo palmas e gritando o nome do dirigente, que teve muito sucesso nas passagens anteriores pelo clube, em 1999/2001 e 2009.
E por tudo o que aconteceu na véspera da partida, o Atlético trata a classificação como uma superação da equipe. Além de Victor, vários outros jogadores relataram que foi difícil jogar. Algo confirmado pelo técnico interino Thiago Larghi, que destacou o empenho de todos que atuaram diante do Figueirense.
“É difícil estar aqui depois do dia de ontem. Foi um dia muito pesado para a gente, perder um diretor. Muitos perderam um amigo. Teve uma comoção do Brasil inteiro, pela pessoa que era. A gente dedica essa classificação para ele, para a família. Os jogadores sentiram muito. Não tivemos concentração, o treino não aconteceu. Muitos confessaram que foi difícil jogar hoje. Partindo disso, temos que valorizar o empenho dos jogadores
A missão de entregar a camisa aos familiares de Bebeto de Freitas foi dada ao presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, que deve ir até o Rio de Janeiro nesta quinta-feira, para o sepultamento. Camisa que leva o nome de Bebeto no peito e a número 1, mesmo número que ele usava na época em que jogava vôlei. Ele defendeu o Brasil na Olimpíada de Montreal-1976.
Victor chega a 16 pênaltis defendidos pelo Atlético
Contratado pelo Atlético em junho de 2012, para suprir uma carência que o time tinha dessa a saída de Diego Alves, em 2007, rapidamente Victor caiu nas graças da torcida alvinegra. No primeiro momento, pelas boas atuações no Brasileirão daquele ano. Mas em 2012 foi apenas um pênalti defendido, contra o Náutico, batido pelo atacante Araújo.
Foi no ano seguinte que o goleiro virou "santo" para os atleticanos. O "São Victor do Horto" foi decisivo na conquista da Copa Libertadores, com penalidades defendidas em todas as fases decisivas do torneio, em especial diante do Tijuana, nas quartas de final, com uma cobrança aos 47 minutos do segundo tempo. Caso Riascos marcasse para os mexicanos, o Galo estaria eliminado.
Contando os pênaltis batidos durante os jogos ou em disputas de pênaltis, Victor chegou a 16 defesas ao pegar as batidas de Jorge Henrique e Diego Renan.
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