Ceará espanta "fantasma" do Castelão lotado com heróis improváveis
O cenário foi quase o mesmo; o roteiro, não.
Em 2013, na semifinal da Copa do Nordeste, o Ceará empatou o jogo de ida contra o ASA em Alagoas por 3 a 3. Bastava uma vitória no segundo duelo, num Castelão com mais de 55 mil pessoas, para chegar à final. Resultado: derrota por 1 a 0 e fim do sonho.
No ano passado, o Vovô chegou à final contra o Sport. Perdeu o primeiro jogo em Pernambuco por 2 a 0. No jogo de volta, o Ceará precisava reverter a vantagem diante de sua torcida apaixonada. Eram mais de 61 mil no Castelão. Resultado: empate por 1 a 1 e lágrimas nas arquibancadas.
A história não se repetiu, porém, na noite dessa quarta-feira. Contra o Bahia, no segundo jogo da final da Copa do Nordeste, o Ceará espantou de vez o “fantasma” do Castelão abarrotado.
Diante de mais de 63 mil pessoas, maior público do futebol nacional desde a Copa do Mundo, o Ceará venceu por 2 a 1 e conquistou o título inédito da Copa do Nordeste. Resultado: lágrimas nas arquibancadas, mas dessa vez de alegria.
Para superar o trauma de jogar para grandes públicos no Castelão, o Ceará contou com ajuda de heróis improváveis. Nada do ídolo Magno Alves.
Os dois gols da partida foram marcados por seus dois zagueiros, Charles e Gilvan, de cabeça. O primeiro, aliás, jogava no time da fábrica em que trabalhava até 2011, quando foi contratado pelo Joinville, já com 23 anos.
As assistências? Foram dadas por Ricardinho. Apesar de pouco badalado, ele tem mais de 140 partidas com a camisa do Ceará, onde está desde 2013. Ele, que marcou o gol da vitória contra o Bahia na Fonte Nova. Ele, que tirou uma bola em cima da linha logo no início do jogo dessa quarta-feira. Ele, cuja presença foi fundamental para espantar o “fantasma” que pairava sobre o Castelão quando o Ceará pisou no gramado.
O cenário foi quase o mesmo; o roteiro, não. Porque, enfim, o Ceará está no topo do Nordeste.
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