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Com jogadores menos blindados, Copinha vira alvo de "marias chuteiras"

Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

24/01/2015 06h00

O Corinthians tinha acabado de vencer o São Paulo por 3 a 0 em Limeira em partida válida pela semifinal da Copa São Paulo de juniores. Nas imediações do estádio Major José Levy Sobrinho, torcedores das duas equipes entraram em confronto com a Polícia Militar, que reagiu com balas de borracha e bombas de efeito moral. O clima era radicalmente diferente no estacionamento em frente a um dos portões da arena: enquanto esperavam a saída do ônibus da delegação, jogadores do clube alvinegro interagiam com pequenos grupos de pessoas e conversavam amenidades. De longe, um grupo de três meninas apenas observava.

“Ainda estamos esperando um pouco. Daqui a pouco vamos lá”, disse uma delas, apontando na direção de um grupinho em que estava o meia Matheus Cassini, um dos destaques do Corinthians na Copa São Paulo. “Também não podemos chegar assim, do nada”, completou.

Com maquiagem carregada e roupas justas, as meninas admitiram que não estavam ali por serem fãs de futebol de base. Nenhuma delas quis se identificar. “Viemos por causa dos meninos. Esse time do Corinthians tem vários gatos”, avaliou uma das garotas. "A vantagem é que eles têm menos segurança e são menos protegidos do que os profissionais", adicionou outra.

O grupo não era o único. A menos de dez metros, mais duas meninas espreitavam. “O melhor é tentar chegar nos jogadores quando eles têm essa idade porque quase todos ainda são solteiros. Depois, uns casam e outros não valem a pena para investir”, explicou uma delas, com salto alto e forte sotaque do interior de São Paulo.

A moça disse que chegou a trocar mensagens com um dos jogadores do Corinthians. Contudo, preferiu preservar a identidade de ambos (dela e do atleta): “Vamos ver se dá tempo de encontrar com ele e comemorar pelo menos um pouquinho a vitória”.

“Não é só porque eles são jogadores, mas é claro que isso ajuda. Vai que um deles fica famoso”, adicionou a amiga dela.

Entre as garotas que estavam no estacionamento do estádio, o favorito entre os jogadores do Corinthians é o meia Matheus Cassini. O camisa 11 foi protagonista de polêmica na vitória sobre o São Paulo. “Levei três cusparadas do lateral deles, mas a cada cusparada foi um gol que a gente fez”, relatou ele ao canal fechado “ESPN Brasil”.

Cassini também acertou pelo menos uma cusparada no lateral esquerdo Matheus Reis, do São Paulo. A equipe de arbitragem não viu o lance, mas o meia do Corinthians tomou um cartão amarelo por falta cometida em outro momento. Por causa disso, desfalcará a equipe alvinegra na decisão da Copa São Paulo, no domingo, contra o Botafogo-SP – Gustavo Tocantins também vai cumprir suspensão.