Juvenal 'ignora' laudo de bombeiros e diz que Ponte x SP será em Mogi

O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, afirmou que o jogo de volta da semifinal da Copa Sul-Americana será em Mogi Mirim, e não em Campinas, como a Ponte Preta desejava e lutava até o meio desta tarde.

Em rápido contato com o UOL Esporte, o dirigente disse que conversou com algumas pessoas da Conmebol e 'vetou' a possibilidade de o duelo ser no Moisés Lucarelli. Nesta sexta-feira, o time do interior conseguiu um laudo do Corpo de Bombeiros que atestava a capacidade de 20 mil pessoas do estádio, o que o tornaria apto para receber o confronto decisivo na quarta-feira.

"Eu falei com algumas pessoas, eles tentaram levar de volta para Campinas, mas nós não deixamos. O jogo será em Mogi. Inventaram um novo laudo, agora com 20.900 mil pessoas, mas não deu certo, nós não permitimos que fosse lá (no Moisés Lucarelli). O jogo será em Mogi", declarou o presidente. 

A diretoria da Ponte Preta conseguiu o documento e aguardava a homologação da Conmebol ainda nesta sexta-feira para receber o São Paulo no local para o segundo jogo. De acordo com Juvenal, porém, a chance está descartada. Procurada mais uma vez pela reportagem, a Ponte diz que ainda não foi comunicada oficialmente pela Conmebol.

O regulamento da Copa Sul-Americana estabelece capacidade mínima de 20 mil lugares para estádios usados a partir das oitavas de final. A Ponte Preta usou o Moisés Lucarelli nos confrontos com Deportivo Pasto (oitavas) e Vélez Sarsfield (quartas de final).

A capacidade exata do Moisés Lucarelli, na verdade, oscila de acordo com a fonte da informação. O laudo técnico da FPF (Federação Paulista de Futebol) fala em 18 mil lugares, com lotação recomendada de 16.900 pessoas. No CNEF (Cadastro Nacional de Estádios de Futebol), publicado pela CBF em 2012, os números do aparato variam de 17.728 a 19.728. O site oficial da Ponte Preta fala em 20 mil.

Para as semifinais, o São Paulo exigiu da Conmebol que o regulamento fosse seguido. A entidade inicialmente vetou o estádio de Campinas, e a Ponte Preta até definiu o Romildão, em Mogi Mirim, como sede da partida de volta.

Além disso, a diretoria da Ponte Preta iniciou uma briga na Conmebol por uma revisão da capacidade do estádio. "A Federação Paulista pediu no começo do ano a atualização dos laudos dos estádios. Contratamos uma empresa ligada ao Corpo de Bombeiros para conferir a capacidade. E o documento informa que o local pode abrigar até 27 mil pessoas", disse Márcio Della Volpe, presidente da equipe de Campinas, em entrevista concedida ao UOL Esporte no dia 9 de novembro.

No dia 11 de novembro, a Ponte Preta chegou a publicar no site oficial um laudo que comprovaria capacidade para 27.946 pessoas no Moisés Lucarelli. o documento foi contestado pela FPF (Federação Paulista de Futebol), que afirmou que o local comportaria apenas 18.876 espectadores.

"O que vale no futebol é a picuinha. Estamos criando um clima ruim. Isso é uma derrota para o futebol e para a competição", avaliou Della Volpe no dia 14 de novembro.

O São Paulo chegou a questionar também o Romildão, segunda escolha da Ponte Preta. A equipe de Campinas diz ter retirado o estádio de uma lista oferecida pela FPF como alternativas viáveis para a semifinal, mas o aparado, segundo laudos da entidade estadual e do CNEF (Cadastro Nacional de Estádios de Futebol), também não tem capacidade para 20 mil pessoas.

O São Paulo já argumenta que tentará manter o veto que havia conseguido ao estádio em Campinas, por não atender à capacidade mínima de 20 mil lugares. O clube do Morumbi argumenta que a Ponte Preta não tem alvará de utilização do local para mais de 18.676 pessoas. O documento atual, obtido pelo UOL Esporte, vale até o fim do ano e tem 16.900 pessoas como capacidade recomendada.

A primeira partida da semifinal terminou com vitória da Ponte Preta por 3 a 1, no Morumbi, na última quarta-feira. O jogo decisivo acontece na próxima quarta. Do outro lado da chave, o Lanús (ARG) saiu na frente do Libertad (PAR) para disputar a final.