Algoz do SP nunca tinha saído do país: "David x Golias", diz presidente
A imponência do Morumbi e da sua sala de imprensa contrastavam com a simplicidade da delegação do Defensa y Justicia após a eliminação do São Paulo na Copa Sul-Americana, nesta quinta-feira (11), na capital paulista. Enquanto todos esperavam Rogério Ceni e os jogadores do Tricolor, o presidente do modesto clube argentino, José Lemme, circulava com certa tranquilidade pelas instalações do estádio.
Para os visitantes, que fizeram a sua primeira viagem internacional, o fato de enfrentar um gigante como o São Paulo já assustava. Por isso, a classificação com o empate por 1 a 1 ganhou contornos de uma façanha épica.
"Para nós, foi como David e Golias. Quando teve o sorteio da Copa Sul-Americana, pensávamos que iríamos enfrentar uma equipe do mesmo nível que a nossa ou até inferior. Mas jogar contra o São Paulo era algo que jamais pensávamos. Os jogadores mentalizaram e o técnico tem uma grande importância. Para nós, que somos um clube tão pequeno ao lado do São Paulo, é um orgulho imenso termos os superado", celebrou o presidente José Lemme.
"Agora, vamos comemorar. Vou pagar o prêmio para os jogadores, como era esperado", completou Lemme.
Como era a estreia em terras estrangeiras do clube, fundado em 1978, uma delegação de 60 pessoas foi montada pelo Defensa y Justicia. Além disso, cerca de 50 jornalistas e mil torcedores fizeram questão de acompanhar de perto o time.
"Alguns vieram de avião, outros de carro e ônibus. Para a gente, foi uma odisseia. Saímos na segunda-feira e chegamos apenas nesta quinta. Tempo recorde [risos]", Marcelo Tosini, jornalista da TV Todo Defensa.
A história do clube é recente. Com sede em Florencio Varela, a cerca de 30 quilômetros de Buenos Aires, o Defensa joga suas partidas no Norberto Tomaghello, que tem capacidade para 18 mil pessoas e passa por reformas.
"É o clube mais novo da Argentina e mais cresceu nos últimos anos. Há dez anos, era uma equipe de bairro. Mas recentemente montou times fortes e ganhou do River, Boca", completou Tosini, que cobre o time há nove anos. "Eliminar o São Paulo, para a gente, foi como ganhar a Copa do Mundo. Não dá para acreditar", celebrou Ricardo Martine, motorista e torcedor do Defensa.
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