"Peito e raça" são as armas do Olaria para alcançar fase final da Taça Rio

Após um coletivo pegado de quase duas horas, o auxiliar técnico Álvaro Miranda avisa: “Se quiserem ficar treinando, vamos até amanha”. Um grupo de jogadores logo se prontifica e vão aprimorar finalizações no campo da Rua Bariri por mais 20 minutos. No Olaria, o sucesso no Carioca é traçado através da vontade de seus jogadores.

Entre todos do departamento de futebol, comissão técnica e atletas, o discurso é uníssono. O espírito de luta é a atual responsável pela ascensão do time nesta Taça Rio. Se a estrutura não é a ideal e a folha salarial é pequena, cerca de R$ 100 mil mensais, a raça faz o time ser líder do grupo B, com 12 pontos, na frente de Botafogo e Fluminense.

“Mantivemos uma base desde 2009 e isso vem fazendo a diferença. Temos um grupo muito bom de trabalhar e que mira o sucesso. Estamos buscando a classificação e depende somente da gente. Lutamos muito e precisamos que todos queiram e se esforcem para ganhar”, afirmou o técnico Cleimar Rocha.

Para tanta vontade, a preparação física e a fisiologia são bem focados dentro do clube. Até agora na competição estadual, nenhum jogador desfalcou a equipe por lesão. Segundo Renato Fonseca, fisiologista do Olaria, o trabalho vem fazendo a diferença.

“Nosso foco é o Estadual e estamos trabalhando para isso. Temos de incentivar os jogadores e eles são bastante solícitos e já têm confiança no nosso trabalho. Até agora, nenhuma lesão. As saídas aconteceram devido a traumas, o que não se pode prever”, disse.

Dificuldades de planejamento

Apesar de ser uma das equipes mais regulares da competição, o Olaria não tem cabeça para pensar ainda na eventual participação da Série D do Campeonato Brasileiro. Até pelo lado financeiro, a intenção atual é garantir a passagem para a semifinal da Taça Rio.

“Temos de estabelecer pequenas metas. Agora o passo é chegar às semifinais. Depois vamos pensar neste futuro. Vamos perder alguns jogadores, o que é normal e até bom para a gente. Esta vitrine serve para a gente arrecadar. Mas vamos repor todas as perdas para as próximas competições”, afirmou Carlos Eduardo dos Santos, supervisor de futebol do clube.

Um destes jogadores que estão de passagem é Renan Silva. Um dos pilares da campanha do Olaria, o jovem atleta formado no Flamengo exalta a boa fase, o ambiente “guerreiro” do clube e já projeta uma eventual saída. O meia já anotou quatro vezes no Campeonato Carioca.

“Saí do Bahia e cheguei aqui sabendo que o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro me daria uma boa visibilidade. Encontrei uma equipe determinada e com vontade. Isso conta muito. Estamos bem e espero conseguir ajudar a levar o time para a fase final. Sabemos que será muito complicado, mas o time do Olaria tem totais condições para isso”, encerrou o jogador, que admite já ter sondagens de alguns clubes do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e também do futebol do exterior, mas preferiu não revelar os nomes.