Ex-goleiro lembra confusão com gol anulado em 2002 e espera final feliz para Bangu
Um gol de goleiro anulado nos acréscimos, jogadores expulsos e muita confusão. Assim terminou a última participação do Bangu em uma semifinal de turno do Campeonato Carioca. Dez anos depois, o Alvirrubro deixou a imagem de time candidato ao rebaixamento para um dos concorrentes ao título da Taça Rio. Autor do gol invalidado em um jogo com muita polêmica contra o Fluminense, o agora técnico Eduardo Allax relembra o episódio e torce por uma melhor sorte do Bangu no duelo - às 18h30 deste sábado - contra o Botafogo.
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O Bangu vive dias de sonho às vésperas da semifinal da Taça Rio. Nas ruas que cercam o Estádio Proletário Guilherme da Silveira, popularmente conhecido como Moça Bonita, no pacato e afastado bairro da zona oeste do Rio, carros de som a todo momento circulam com o hino do clube às alturas. A curiosa audição forçada faz até com que os principais jogadores do time passem o treino cantando, sobretudo a parte mais conhecida, que diz: “a torcida reunida mais parece a do Fla-Flu, Bangu! Bangu! Bangu!".
A partida semifinal foi disputada no dia 16 de junho de 2002, durante a Copa do Mundo. O Fluminense precisava de um empate para se classificar. O jogo seguiu 0 a 0 até a prorrogação, quando Eduardo foi para a área do Flu. Em um cruzamento, o então goleiro conseguiu mandar a bola para o fundo da rede. Porém, o árbitro Reinaldo Ribas anulou o gol.
“Foi uma bola cruzada no segundo pau, e eu marquei de cabeça. Só que o árbitro não validou o gol. Ele permitiu que a gente comemorasse e só depois que anulou, alegando que foi mão. Mas os fotógrafos, que ficavam próximos ao gol, mostraram que não teve mão. Ai começou a confusão. Só que o juiz mudou de ideia e disse que na verdade tinha sido um empurrão. No final, ele que foi empurrado. Agora é motivo de risada, mas na época eu fiquei revoltado”, completou o treinador.
Naquela campanha - a última de sucesso até esta temporada -, o Bangu ainda derrotou o Vasco, em São Januário, por 4 a 1. O time cruzmaltino tinha estrelas no elenco como Romário, Hélton e Felipe. “Até hoje eu me lembro daquela semifinal e confesso que fico chateado. Nós tínhamos um grupo muito bom. Fizemos uma excelente campanha e ganhamos dos grandes. Uma das melhores partidas foi contra o Vasco, em São Januário, onde nós vencemos por 4 a 1”, disse Eduardo Allax.
O Campeonato Carioca de 2002, apelidado de "Caixão", uma homenagem ao antigo presidente da Fferj, Eduardo Vianna, o Caixa d'Água, não ganhou atenção dos quatro grandes clubes cariocas e foi um fiasco de público. Os clubes disputavam o Torneio Rio-São Paulo, valorizado com a participação dos oito principais times de cada estado. O regulamento era favorável aos quatro grandes cariocas, que já estavam classificados automaticamente para o octogonal final.
Com times de juniores e alguns reservas, os grandes disputaram os dois primeiros turnos, vencidos pelo Americano. Único grande classificado para as semifinais, o Fluminense conquistou o título que não ia para as Laranjeiras desde 1995. Com direito a polêmica na semifinal contra o Bangu, o clube marcou seu centenário com o troféu.
Eduardo aproveitou para comentar a atual campanha do Bangu na Taça Rio, o returno do Campeonato Carioca. Ele afirmou que torce para que a equipe alvirrubra chegue à decisão da competição. A esperança é que o time fuja das polêmicas com o árbitro por um final feliz.
“Fico feliz em ver que a equipe se recuperou e está jogando dessa forma. Eu torço para que o Bangu consiga passar pelo Botafogo. Mas é bom lembrar, que eles ainda não perderam nessa temporada. É muito bom ver o futebol resgatar essas equipes de tradição, que já fizeram história”, finalizou Eduardo.
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