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Carioca - 2019

Criado por rival, Fellype Gabriel deixa rótulo de frágil e vira xodó botafoguense

Fellype Gabriel superou fragilidade e hoje é um dos principais jogadores do Bota - Bernardo Gentile/UOL Esporte
Fellype Gabriel superou fragilidade e hoje é um dos principais jogadores do Bota Imagem: Bernardo Gentile/UOL Esporte

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/05/2012 06h00

Considerado pelo técnico Oswaldo de Oliveira como o melhor jogador do Campeonato Carioca até o momento, Fellype Gabriel batalhou muito para superar o estigma de ser um atleta frágil. Isso porque no início de sua carreira, em 2005, o apoiador surgiu bem no Flamengo e, apesar de demonstrar muita qualidade em campo, passava mal nos intervalos das partidas após realizar muito esforço dentro das quatro linhas. Depois de dois anos no futebol japonês, o atleta ficou mais forte, voltou ao Brasil e já é destaque do time da Estrela Solitária.

BOTA FECHA COM LATERAL LENNON, EX-VILA NOVA; VITOR JR TREINA SEM ACERTO

  • Um dia após conquistar a Taça Rio, o Botafogo anunciou a contratação de John Lennon. O lateral direito de apenas 20 anos estava no Vila Nova-GO e acertou com o clube de General Severiano por quatro temporadas. Outro que está em conversas adiantadas com o Alvinegro é o corintiano Vitor Júnior. O meia, inclusive, foi liberado pela equipe paulista para treinar no Glorioso nesta segunda-feira. A intensão da diretoria é acertar a vinda do apoiador por empréstimo, mas não divulgou maiores detalhes.

“São coisas que aconteceram no começo da carreira. Era um jogador muito novo. Não me incomoda falar disso. Tive esse problema e tracei objetivos para a minha carreira. Estou feliz de estar bem hoje e jogando os 90min. Fisicamente o Japão me fez muito bem. Sempre saía com 20, 25min do segundo tempo. Não conseguia manter um equilíbrio para chegar até os 90min. Parei de correr errado. Coisas que vou ganhando com a experiência”, disse.

As duas temporadas vestindo a camisa do Kashima Antlers-JAP realmente marcaram a vida do jogador. Além de ter disputado vários títulos, sua passagem pelo futebol asiático lhe rendeu mais sete quilos, o que o proporcionou um crescimento em sua condição técnica.

“Eu era mais frágil sim, não tenho como negar. Segurava demais a bola e esperava o contato. Tinha 66 quando subi no Flamengo e agora tenho 73 quilos. Isso eu conquistei jogando no Japão, onde trabalhei muito duro, principalmente na parte física”, afirmou.

Além de apagar essa imagem, Fellype Gabriel também foi obrigado a conviver com a desconfiança do torcedor botafoguense. O meia afirmou ter escutado algumas gracinhas quando encontrava com algum alvinegro na rua em seu início. Com gols e, principalmente, boas atuações, o apoiador conquistou a torcida e já virou unanimidade.

“Nem tinha muita abordagem na rua. Algumas pessoas desconfiavam. Diziam que tinha vindo para compor elenco, que não ia jogar. Nunca me preocupei com isso. Estou concentrado no meu trabalho. Sei o que tenho que fazer. Os elogios do Oswaldo me dão tranquilidade para fazer meu melhor”, cravou.

''Acho que o título é importante para apagar minha identificação com o Flamengo. No domingo, foram muitos os torcedores que me parabenizaram, falando que joguei com muita raça, que sou Botafogo. Pela identificação que estou tendo com a torcida, parece que estou no clube há muito tempo. O reconhecimento é importante, já que fui criado por um clube rival”, comentou.

Botafogo e Fellype Gabriel voltam a campo nesta quarta-feira, às 21h50, quando enfrentarão o Vitória, no Barradão, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. A partida de volta ocorrerá no dia 9 de maio, no Engenhão. Entre os dois confrontos, o Glorioso medirá forças com o Fluminense, no domingo, na final do Campeonato Carioca.