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Carioca - 2019

Título do Flu tem gandula disfarçada, troféu 'fake' e ausência misteriosa de Fred

A gandula musa usou uma capa para se proteger da chuva e fugir dos holofotes na final - Pedro Ivo Almeida/ UOL
A gandula musa usou uma capa para se proteger da chuva e fugir dos holofotes na final Imagem: Pedro Ivo Almeida/ UOL

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

14/05/2012 06h10

O Fluminense seguiu o roteiro tradicional dos times cariocas, comemorou o título estadual no gramado do Engenhão e, em seguida, seguiu para uma churrascaria na zona oeste do Rio de Janeiro. No entanto, nem tudo rolou como de costume e algumas curiosidades marcaram os festejos do campeonato tricolor. A gandula Fernanda Maia escondida sob uma capa de chuva azul, o troféu "fake" entregue aos jogadores no pódio e a ausência misteriosa de Fred no estádio chamaram a atenção nos bastidores da comemoração no domingo.

"Decisiva" no título do Botafogo na Taça Rio, a famosa gandula seguiu orientações da federação, evitou uma exposição elevada no jogo do último domingo e aproveitou a forte chuva que caía no estádio para fugir dos holofotes e das lentes das câmeras. Sem esconder sua decepção com a derrota por 1 a 0 e o consequente vice-campeonato estadual do time de coração, Fernanda ainda desabafou sobre o resultado do jogo.

RÉPLICA DE TROFÉU EM FESTA NO CAMPO

  • Pedro Ivo Almeida/ UOL

    Rodrigo Caetano, diretor executivo do Fluminense, segura a réplica recebida pelo Flu neste domingo

"Não vou ser hipócrita e dizer que estou feliz só porque o trabalho foi benfeito. Queria ver o Botafogo campeão. Fiquei bem chateada", admitiu, explicando o comportamento nas finais do estadual. "Existiu uma orientação e eu também não quis ficar muito exposta em campo após aquele jogo da Taça Rio. Fiquei na minha e a capa de chuva ajudou bastante [risos]", brincou Fernanda, que deixou o jogo imediatamente após o apito final.

Enquanto a gandula descia as escadas que dão acesso ao vestiário rapidamente para não ser notada, os jogadores do Fluminense faziam a festa no pódio. A celebração, no entanto, não foi tão completa. Com a taça do campeonato guardada para a cerimônia desta segunda-feira, em uma casa de espetáculos na zona sul da cidade, o time levantou uma réplica do troféu oferecido pela federação. Mais leve e com um acabamento bem menos refinado, a imitação do objeto de desejo parecia não incomodar jogadores, torcida e diretoria.

"É réplica? Caramba, nem percebi. Mas já que não é de verdade, na hora de levantar o troféu amanhã [segunda-feira] o gostinho vai ser ainda melhor. Por enquanto, vamos comemorando com o que tem", disse o atacante Wellington Nem.

O jogador, que não ficou nem no banco de reservas pois ainda se recupera de dores musculares, esteve no campo e participou de toda a cerimônia de premiação após a final. O mesmo não se pode dizer do também vetado Fred. O atacante, que desfalcou o time por conta de uma lesão na coxa, não compareceu ao Engenhão e pegou companheiros e membros da comissão técnica de surpresa com o seu desfalque também na torcida.

Enquanto uns jogadores não entendiam o fato do capitão do time não estar presente para levantar o troféu, outros desconversavam. O vice de futebol tricolor, Sandro Lima, ironizou na hora de justificar a ausência. "Acho que ele não conseguiu convite de camarote para os tantos parentes que tem e ficou em casa", disse, sem esconder a insatisfação de não ter o principal jogador na festa no gramado.

Após a partida, Fred foi à churrascaria onde os companheiros festejavam o título para confraternizar. Questionado sobre o não comparecimento ao estádio, ele evitou polemizar e alegou não dar sorte quando assiste ao jogo como espectador. "Não fui para o Engenhão porque sou meio azarado quando resolvo assistir no camarote", disse o camisa 9, assegurando ser normal um capitão não levantar o troféu. "Faz parte", resumiu.

Sem Fred dentro e fora de campo, o Fluminense chegou ao título carioca, mas agora luta para se manter na disputa da Libertadores sem o seu homem de referência. O jogador está fora do próximo compromisso do time, na quinta-feira, contra o Boca Juniors, na Bombonera, pela partida de ida das quartas de final da competição sul-americana.

Apesar de mais uma decisão no meio da semana, os tricolores ganharam folga nesta segunda e só retomarão os trabalhos na tarde de terça-feira. Enquanto isso, a ordem é comemorar. "Vou me dar o direito de festejar com a família, liberar os jogadores e só pensar em Boca Juniors na terça. Precisamos relaxar um pouco", concluiu o técnico Abel Braga.