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Carioca - 2019

Atacantes vivem 'seca', marcam apenas 18% dos gols do Vasco e dependem de companheiros

O atacante Eder Luis marcou apenas duas vezes durante este Carioca, contra Audax e Boavista - Marcelo Sadio/Vasco.com.br
O atacante Eder Luis marcou apenas duas vezes durante este Carioca, contra Audax e Boavista Imagem: Marcelo Sadio/Vasco.com.br

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/02/2013 06h09

Ao lado de Botafogo e Fluminense, o Vasco é uma das equipes que mais marcaram gols no Carioca até aqui, com 16 tentos. Mas, ao contrário do poderia se pensar, o ataque do Cruzmaltino não vem sendo dos mais eficazes da competição. Juntos, os atacantes Eder Luis, Leonardo, Tenorio e Thiaguinho balançaram as redes apenas três vezes em 2013.

O quarteto tem participação discreta no total de gols da equipe: apenas 18%. Só o meia Bernardo já tem mais gols que todos os atacantes – quatro - e nem por isso tem sido titular nos últimos jogos. Com a ajuda do artilheiro do Vasco na competição, o meio-campo contribui com nove tentos, três vezes mais que os jogadores que atuam mais próximos à área.

Na comparação com os outros grandes do Rio de Janeiro, o ataque do Vasco tem mais gols apenas que o do Botafogo. A diferença, no entanto, é que o Alvinegro costuma atuar com apenas um jogador em posição mais aguda, enquanto o Cruzmaltino aposta em uma dupla, formada, na teoria, por Tenorio e Eder Luis.

Já os ataques de Flamengo e Fluminense têm rendimento bem superior. O Tricolor tem oito tentos de seus atacantes, o dobro do cruzmaltino. Já no Rubro-negro, Hernane, sozinho, balançou as redes a mesma quantidade de vezes. Além disso, Rafinha e Nixon contribuíram com mais três gols, somados.

O rendimento abaixo do esperado para o ataque da equipe da Colina tem explicação. Único que conseguiu atuar em todas as sete rodadas da Taça Guanabara, Eder Luis não passa por um momento de artilharia. O jogador tem exercido função mais tática, voltando para marcar o lateral do adversário, o que o afasta da meta do rival. Além disso, o papel gasta parte do fôlego do atleta.

“Isso [a função] dificulta um pouco porque nem sempre estarei próximo do gol. Mas é um escape que nossa equipe muitas vezes encontra. Isso não atrapalha. Em termo de gols, o importante é vencer. Jogo taticamente, não só para mim. Quando estamos taticamente bem, a hora do gol chega”, disse Eder, que durante a semana teve a preocupação defensiva elogiada pelos companheiros.

Já Tenorio e Leonardo têm sido atrapalhados por lesões. A dupla desfalcou a equipe em algumas oportunidades neste início de temporada. O equatoriano demorou a estrear por conta de novela envolvendo dívidas do clube com seus empresários, porém, quando vinha ganhando ritmo, sofreu estiramento na panturrilha esquerda que o tirou do jogo contra o Audax. Já o companheiro sofre com tendinite que também tem impedido uma sequência maior de partidas.

“Minha situação é um pouco parecida com a dele (Tenorio). Fiquei fora uma semana dos treinos e não entrei na relação contra o Fluminense. Brinquei com o Tenorio que estamos revezando”, disse Leonardo. “Sei que os torcedores não têm muita paciência com atacantes. Vivemos de gols e boas apresentações”, completou.