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Carioca - 2019

Torcida ouve apelo de diretoria, e C. Eduardo vê apoio em chance final no Fla

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

21/01/2014 06h10

Perseguido pela torcida durante todo o ano de 2013 e vaiado até mesmo no título da Copa do Brasil, Carlos Eduardo nem precisou entrar em campo para ver sua moral com a torcida do Flamengo mudar radicalmente em 2014. Na estreia do Rubro-negro na temporada, no último domingo, contra o Audax, no Maracanã, o meia foi muito exaltado pela torcida, sendo aplaudido antes, durante e depois da vitória por 1 a 0.

E a manifestação nas arquibancadas não ocorreu por acaso. A mudança do comportamento dos rubro-negros ocorre após insistentes pedidos de diretoria e comissão técnica, que não se cansam de ressaltar a importância de Carlos Eduardo no time e apelar por apoio ao jogador em entrevistas.

O apoio ao meia chega justamente em um momento decisivo para o camisa 20. Com contrato apenas até o meio deste ano, Carlos Eduardo tem sua última chance de fazer jus ao alto investimento do clube em contratação e salários, além de buscar uma possível permanência após o final do seu vínculo.

Responsável pela nova chance ao jogador, o técnico Jayme de Almeida reforçou o pedido por apoio e festejou o comportamento da torcida no primeiro jogo do ano.

“O Carlos Eduardo é um menino que chegou aqui e não jogava há dois anos, a torcida pegou no pé e foi difícil. Ele sentiu o golpe. Nós que trabalhamos no dia a dia temos muita confiança que possa reverter isso porque é muito bom jogador. Sempre trabalhamos para ele superar isso”.

“Ele conquistou o espaço dele no fim do ano e a torcida entendeu que é um cara que nos ajuda muito. Fazendo isso com ele, pode ser um ano muito bom para que ele jogue sem tanta pressão de não poder errar um passe ou chute para ser vaiado e pedir para sair. A torcida entendendo isso, ganhamos muito. Temos que continuar assim”, completou Jayme.

Curiosamente, o apoio das arquibancadas poderia não ter sido escutado por Carlos Eduardo no último domingo. E não por conta de possíveis vaias, mas sim porque o meia não estaria relacionado inicialmente para a partida com o Audax.

“Eu que pedi. Os documentos do Everton [recém contratado] não estavam prontos e eu falei ‘estou aí’. Perdi uns treinamentos [com time principal] por causa desse jogo, mas foi bom. Quero aproveitar as chances e jogar. Estou voltando feliz, renovado e com a cabeça boa para evoluir. Passei momentos difíceis aqui. A pressão é muito grande”, relembrou o meia.

E Carlos Eduardo, de fato, parece disposto a mudar sua história no Flamengo. Na segunda, dia seguinte ao jogo contra o Audax, o meia foi o único relacionado para a estreia no Carioca a treinar em dois períodos. Pela manhã, realizou um treino tático com o grupo principal, que se prepara para a Libertadores. À tarde, treinou com todos os companheiros.

Ainda longe da melhor forma física, Carlos Eduardo corre contra o tempo para mostrar seu valor e dar razão aos apelos da diretoria. E mesmo com todo o apoio da comissão técnica, ele também terá que trabalhar para manter sua vaga entre os titulares. Nos primeiros treinos, Jayme de Almeida testou outras opções na equipe e deixou claro que o camisa 20 ainda não tem lugar garantido na equipe. Após a dificuldade para conquistar o apoio das arquibancadas, ele terá outra missão complicada, desta vez para manter os aplausos.