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Carioca - 2019

Henrique joga menos tempo, mas tem seca maior que R. Marques no Botafogo

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/01/2014 06h07

Henrique chegou ao Botafogo cercado de expectativas e com status de titular. Porém, o atacante esteve longe de empolgar a torcida dentro de campo e quase foi vendido ao Real Madrid B. A negociação não foi a frente e o jogador permaneceu em General Severiano. O camisa 9 se aproveitou de o clube utilizar a equipe reserva no Carioca e tem iniciado as partidas. O problema é que ele segue sem balançar as redes e já completou 736 minutos em 25 jogos de seca.

A quantidade de jogos sem marcar já é maior que a de Rafael Marques, por exemplo, que ficou 20 jogos sem conseguir balançar as redes. Porém, Henrique tem a seu favor o fato de não ter tido a oportunidade de jogar por muito tempo. Mesmo com mais partidas, o camisa 9 tem menos minutos que o companheiro, que defenderá o Henan Jianye-CHI em 2014, teve em sua época de vacas magras: 881 minutos.

O tempo total de minutos jogados por Henrique equivalem a pouco mais de oito partidas inteiras – ainda inferior às quase dez de Rafael Marques até balançar as redes do Quissamã, no Engenhão.  O camisa 9 teve algumas chances para encerrar essa história na última terça diante do Bangu, em São Januário. Porém, ele perdeu algumas boas oportunidades e segue sem marcar pelo Botafogo.

A marca negativa, no entanto, não preocupa o técnico Eduardo Hungaro, que sai em defesa de Henrique. Ao ser perguntado sobre os 26 jogos de seca, o treinador fez questão de lembrar que o atleta não teve tantas oportunidades e que os minutos totais do atacante em campo não era algo que assustava.

“O Henrique não está sentindo o fato de não ter feito gols ainda. Teve evolução boa nesse segundo jogo. Já que falamos de números. Quando minutos ele teve em campo? Pouco mais de 700? São oito jogos. Quantos artilheiros consagrados não ficam com essa seca e jogando direto? Henrique tem currículo, com passagem marcante na seleção de base”, disse o treinador.

“Aprendemos com o exemplo do Rafael Marques. Estava muito mal, mas demonstrava potencial nos treinamentos e depois estourou. É a mesma coisa com o Henrique. Temos que ter calma nos comentários. Acredito no Henrique. Vou continuar apostando nele, se ele continuar me mostrando nos treinamentos que tem condição de mudar esse panorama”, completou Eduardo Hungaro.

O treinador do Botafogo, por outro lado, admite que Henrique não tem as características de um verdadeiro camisa 9. Segundo Eduardo Hungaro, o jogador pode render mais se atuar ao lado de um atacante fixo e lembra de Tanque Ferreyra como um atleta que se encaixaria melhor no atual esquema tático.

“É um aspecto que analisamos. Nesse sistema preciso de um camisa 9. Daqueles que temos disponível no momento, o Henrique é o mais pronto e sua escalação é natural. Me dá a sensação que ele jogando um pouco recuado e ao lado de um centroavante de fato, poderá  render mais. Mesmo jogando um esquema que não o favorece, ele foi bem. Já o Ferreya se sentiria como um peixe dentro da água”, afirmou.

O Botafogo volta a campo nesta quinta-feira, quando medirá forças com o Madureira, às 21h, novamente em São Januário. Neste confronto, o Alvinegro utilizará pela primeira vez na temporada sua equipe titular, que vem se preparando para a disputa da Libertadores. As únicas dúvidas são os argentinos Bolatti e Tanque Ferreyra, que ainda não foram inscritos por conta da documentação de estrangeiro.