Professor de escolinha, empresário, deputado federal... De Cocada a Romário, quase 26 anos se passaram e os heróis de 1988 ainda são lembrados por terem sido os últimos jogadores vascaínos a vencerem o Flamengo numa final. Hoje distantes da realidade glamorosa dos gramados, seguem seus caminhos, cada um a seu jeito, uns mais bem-sucedidos e outros menos, mas todos com o fator incomum de terem entrado para a história do Cruzmaltino.

Os 12 atletas que entraram em campo envergando a cruz-de-malta naquele fatídico 22 de junho, exercem outra profissão hoje em dia. A maioria ainda ligada ao futebol, outros com rumos bem diferentes.

Da turma que ainda trabalha no mundo da bola, há treinadores, empresários e professores de escolinhas. Mas teve também quem resolveu morar fora do Brasil e até seguir carreira na política, como Romário, que dispensa maiores explicações sobre sua trajetória.

O time que venceu o Flamengo por 1 a 0 foi formado por: Acácio, Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho; Zé do Carmo, Geovani e Henrique; Vivinho, Romário e Bismark.

Cocada entrou no lugar de Vivinho aos 41 minutos da etapa final, fez o gol aos 44 e foi expulso aos 45.

“Não tinha essa ideia de que entraria tanto para a história, até porque você não imagina que o Vasco vai passar tanto tempo sem vencer uma decisão sobre o Flamengo, mas 1988 foi o último que nós conquistamos em cima deles e, talvez, seja por isso”, disse Cocada, hoje professor em uma escolinha em Campo Grande (MS), mas com um ambicioso sonho:

“O meu maior sonho é, um dia, ser treinador do Vasco”.

Veja abaixo o que fazem, hoje em dia, os 12 heróis de 88:

Acácio – Após se aposentar, passou a ser preparador de goleiros com passagens por Vasco e Botafogo. Recentemente, passou a exercer o cargo de treinador.

Paulo Roberto – O ex-lateral-direito virou empresário de jogadores de futebol, mantendo uma sociedade com o ex-goleiro da Seleção Brasileira Taffarel.

Donato – Com o destaque no título de 88, seguiu para a Espanha e por lá ficou, mesmo após pendurar as chuteiras. Acabou se naturalizando e já mora no país há 23 anos. Atualmente possui uma empresa de importação e exportação.

Fernando – Natural de Santos (SP), voltou para sua cidade natal e para o clube que o revelou, a Portuguesa Santista, onde já trabalhou nas divisões de base e como gerente de futebol.

Mazinho – Outro que teve uma carreira vitoriosa no futebol após o título de 1988 e que também foi morar na Espanha, onde tem uma escolinha de futebol em Vigo. Seu filho é Thiago Alcântara, meia do Bayern de Munique (ALE) e com passagens pela seleção espanhola.

Zé do Carmo – O folclórico ex-volante hoje se divide na função de comentarista esportivo em Pernambuco e treinador de futebol, já tendo somado passagens por Santa Cruz e CSA.

Geovani – O “Pequeno Príncipe”, como ficou conhecido no Vasco, hoje atua como político no Espírito Santo e venceu uma doença rara chamada Polineuropatia. Seu filho tenta seguir seus passos no futebol.

Henrique – Atua na área executiva do futebol, é padrinho da filha de Roberto Dinamite e tem a curiosa história de ter sido a pessoa que indicou ao Vasco Franck Assumpção, ex-diretor-executivo do clube, que teve uma passagem relâmpago, mas cercada de polêmicas e de episódios pitorescos.

Vivinho – Detentor de uma placa em São Januário por ter feito um golaço sobre a Portuguesa também em 1988, mas no Campeonato Brasileiro, ele hoje tem uma escolinha de futebol em Uberlândia (MG) e é pastor.

Bismarck – Empresário bem-sucedido. É uma das principais pontes de jogadores brasileiros para o futebol asiático.

Romário – Após se tornar um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, seguiu carreira política sendo, atualmente, deputado federal pelo PSB.

Cocada – O grande herói do título mora, em hoje em dia, em Campo Grande (MS), onde é professor de uma escolinha e tem um cargo na secretaria de esportes da cidade.

Sebastião Lazaroni (treinador) – Continua exercendo a função. Atualmente está no Qatar.