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Carioca - 2019

Eles jogam e pressionam árbitros em Fla x Vasco. Domingo tem mais

Jogadores de Flamengo e Vasco cercam o árbitro em uma das muitas reclamações - Marcelo Sadio/ site oficial do Vasco
Jogadores de Flamengo e Vasco cercam o árbitro em uma das muitas reclamações Imagem: Marcelo Sadio/ site oficial do Vasco

Bruno Braz e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/04/2015 06h10

Virou rotina nos últimos encontros. Basta Flamengo e Vasco entrarem em campo para as polêmicas dominarem o espetáculo e os árbitros se transformarem nos alvos prediletos dos jogadores. A primeira partida da semifinal do Campeonato Carioca foi exemplo fiel do panorama. Rivalidade, entradas violentas e as mais variadas reclamações contra a arbitragem.

Pelo lado rubro-negro, Wallace e Alecsandro abordam o que é possível com árbitros e auxiliares. No Cruzmaltino, Guiñazu e Rodrigo não poupam comentários. Atletas e técnicos reconhecem os momentos de revolta durante os jogos, mas o quarteto se destaca pela forma e frequência das contestações.

Gritos cara a cara, xingamentos e até empurrões foram vistos recentemente. Apesar da liderança nos clubes, os atletas preocupam os torcedores com as atitudes, principalmente depois dos erros de arbitragem que acirraram os ânimos e aumentaram consideravelmente a rivalidade.

Um exemplo do panorama ocorreu quando o flamenguista Jonas não foi expulso pelo árbitro João Batista de Arruda após falta violenta no vascaíno Gilberto. O volante Guiñazu foi o primeiro a partir para cima do juiz. Em seguida, todos os personagens o cercaram com reclamações e respostas em tom agressivo.

Logo após o empate por 0 a 0 na primeira semifinal, o técnico rubro-negro Vanderlei Luxemburgo, conhecido contestador das arbitragens, admitiu a pressão dos jogadores e considerou que a atitude faz parte do futebol mesmo com o destempero observado.

“O Guiñazu começa na cabeça do árbitro, eu fico quieto. Será que ele vai dar o cartão? O Alecsandro também vai ao árbitro toda a hora. São coisas que acontecem para ficarmos atentos. Não gostaria de fazer pressão no árbitro, mas vão o Guiñazu e o Rodrigo direto. Preciso ter o Alecsandro e outros. São coisas que fazem parte do futebol brasileiro”, comentou Luxa.

Seja qual for o lance polêmico. Em segundos, Alecsandro, Wallace, Guiñazu e Rodrigo cercam o árbitro e o pressionam. A expectativa é a de que a conhecida postura seja repetida no domingo, às 16h, no Maracanã, quando os eternos rivais decidem a vaga na final do Campeonato Carioca.

Porém, em caso de novas cenas do repertório, o árbitro Rodrigo Nunes de Sá tem uma determinação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para colocar “ordem na casa”. Nos bastidores dos clubes, praticamente todos os profissionais acreditam que o confronto não terminará com os 22 atletas.

“Os jogadores que reclamam são conhecidos pela liderança nos clubes. Eles saem na frente nessas questões. Cabe ao árbitro tomar a decisão correta em decorrência das reclamações e gestos. É diferente de uma interpretação. A questão disciplinar precisa ser cumprida. Qualquer atitude é passível de advertência verbal, cartões amarelo ou vermelho”, explicou o ex-árbitro e comentarista da TV Globo, Renato Marsiglia.

“A CBF exigiu maior rigidez aos árbitros. É intolerância contra a indisciplina. A proposta também está em curso na Europa. Os árbitros estão protegidos pela determinação. Ficou claro que o profissional que não cumpri-la será excluído das escalas. A situação não vinha sendo tratada adequadamente. Até por isso vimos tudo aquilo na primeira semifinal”, encerrou.