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Vasco x Fla tem total de 17 presos, 3 vasos arrancados e 4 portas quebradas

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

15/02/2016 08h02

O Vasco x Flamengo deste domingo (14), que ocorreu em São Januário após 11 anos, foi marcado pelo vandalismo nas dependências do estádio por parte da torcida rubro-negra. No total, a Polícia Militar fez a detenção de 17 torcedores e o banheiro do setor dos visitantes foi completamente destruído, contabilizando três vasos inteiramente arrancados e quatro portas quebradas.

Presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello se comprometeu a pagar os prejuízos, algo que foi cobrado pelo presidente do Vasco, Eurico Miranda, logo após o jogo.

Desde antes do jogo, a PM teve trabalho para conter os ânimos dos torcedores. Pouco antes do fim do primeiro tempo, uma bomba foi atirada pelos rubro-negros em direção aos vascaínos. Neste instante, centenas de cruzmaltinos se direcionaram à separação entre as torcidas e um clima de tensão predominou no local. Os policiais precisaram usar spray de pimenta e algumas pessoas, inclusive senhoras, passaram mal.

No intervalo, torcedores do Vasco correram para a saída que dá acesso ao setor externo da arquibancada numa tentativa de invasão ao lado rubro-negro. Os flamenguistas, por sua vez, do alto do local onde estavam alocados, chegararam a arremessar pedras. Novamente o Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) conseguiu conter o tumulto.

Os torcedores do Flamengo, que durante toda a tarde reclamaram da falta de serviços como água, refrigerante e cerveja, só puderam deixar São Januário uma hora e meia após a partida.

Além do quebra-quebra, o banheiro do setor dos visitantes teve suas paredes pichadas e foi interditado pela Polícia Militar.

Logo após o gol, um torcedor do Vasco chegou a invadir o gramado, mas foi contido pela segurança antes de cruzar a linha lateral.

Na saída de campo dos jogadores do Flamengo, objetos foram arremessados por torcedores cruzmaltinos e o atacante Emerson Sheik entregou duas canetas ao trio de arbitragem que, supostamente, foram arremessadas em sua direção. Autoridades que estavam no local, porém, afirmaram que tais objetos não vieram da arquibancada.

Eurico Miranda defende clássicos em São Januário

“Apesar de tudo o que foi feito na tentativa de não dar a esse clássico o valor que ele tem e de dar ao estádio de São Januário o valor que ele tem, mais uma vez o Vasco deu uma demonstração de como pode realizar uma partida de futebol dentro do que determina a legislação. Não tem negócio de ter inventado isso ou aquilo. O estádio só não ficou pleno porque fizeram uma campanha no sentido de que aqui teria violência, que o estádio não oferecia segurança. Eu só fiz questão de vir aqui para dar esse depoimento para que fique constatado. O Vasco e o estádio de São Januário têm condições de realizar qualquer partida de futebol”.

Guerrero e Sheik são hostilizados

Antes, durante e após o jogo, os atacantes rubro-negros Guerrero e Emerson Sheik foram os principais alvos da torcida do Vasco. No decorrer da partida, o peruano ouviu em alto e bom som uma paródia impublicável da música “acabou o caô” que ganhou dos flamenguistas.

Já Sheik, quando deixou o vestiário e se encaminhou ao ônibus da delegação, foi abordado por dois torcedores vascaínos no estacionamento. O primeiro se aproximou em tom de ameaça:

“Está com medo? Não fica com medo, não”.

Já o outro, filmando o jogador pelo celular, optou pelo caminho da gozação:

“E aí, Sheik. Dá uma palavrinha aí, freguês”.

Em todo o trajeto, porém, Emerson foi escoltado por seguranças do clube da Gávea.