02/05/2010 - 08h03

Bola aérea defensiva é problema no Inter, aponta Jorge Fossati

Jeremias Wernek

Em Porto Alegre

"Calcanhar de Aquiles" do Inter é pelo alto e atrás

Pela primeira vez o técnico do Inter, Jorge Fossati, falou abertamente de um problema crônico de seu time: a bola aérea defensiva. Desde que chegou ao clube, em janeiro, o treinador nunca havia comentado falhas e erros de seus jogadores. No entanto, o uruguaio apóia o setor falando que muitos dos equívocos recentes no quesito aconteceram por parte de jogadores que auxiliam na marcação, mas não são da defesa.

“O comportamento da defesa do Inter, em termos gerais, tem sido muito bom. São poucas as situações em que o adversário conseguiu risco real. Tem um caminho que tem sido o calcanhar de Aquiles da gente: a bola parada”, admitiu Fossati. “A gente levou quatro gols de bola parada. Isto não fala, não é reflexo do sistema defensivo”, ponderou.

No Gre-Nal do domingo passado, no Beira-Rio, os dois gols do Grêmio foram na bola parada, pelo alto, com Rodrigo e Borges. Diante do Banfield, mais problemas com faltas e escanteios. “Quando temos bola parada contra procuramos defender com quem não é do setor. Às vezes os erros são destes que não são da defesa”, explicou o técnico.

“Não dá para dizer que a defesa do Inter tem jogado mal os últimos jogos”, opinou Jorge Fossati. “O bandeira [auxiliar Pablo Fandiño] foi o jogador mais decisivo contra o Inter na Argentina”, disparou novamente.

Neste domingo, no estádio Olímpico, o sistema defensivo passa por mais uma modificação. Sorondo, com problemas musculares, fica de fora. O uruguaio vem sentindo há alguns jogos e em Lomas de Zamora, no meio da semana, se desgastou demais. Em seu lugar entra Fabiano Eller.

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Na palavra de quem é do setor, a culpa tem que ser dividida entre todos. “A bola parada decide muitas partidas atualmente, sim. Muita gente fala da defesa que está muito mal, mas com a gente são nove jogadores dentro da área com a bola parada. Então não dá para botar tudo em um setor só”, comentou Bolívar.

Mas é correto afirmar que contra um adversário qualificado nesta característica o Inter vai se dedicar mais. “O Grêmio soube aproveitar nossos erros. Muitas partidas tem se decidido assim, na bola parada. Temos que ter uma cautela redobrada. Do mesmo jeito que eles fizeram podemos surpreende-los”, avisou Fabiano Eller.

Com 21 jogadores concentrados, incluindo o esquecido Andrezinho – que não teve seu nome divulgado pelo clube, mas foi para hotel, o esquema 4-4-2 volta a ser usado. Quatro titulares estão fora de pronto, são eles: Sorondo, Guiñazu, D’Alessandro e Alecsandro. Nei também pode perder espaço para Bruno Silva, que volta de lesão. Provável Inter: Abbondanzieri; Bruno Silva, Bolívar, Fabiano Eller e Kleber; Sandro, Glaydson, Andrezinho e Giuliano; Taison e Walter.