Polícia tem suspeitos de terem praticados atos racistas contra árbitro Gaúcho

A titular da delegacia de pronto atendimento (DPPA) de Bento Gonçalves, Deise Ruschel, iniciou nesta sexta-feira o processo para apurar os responsáveis pelos atos racistas contra o árbitro Márcio Chagas durante a partida entre o Esportivo e o Veranópolis, na última quarta-feira. A polícia já tem suspeitos de terem xingado, quebrado o veículo e colocado bananas sobre o capô do automóvel de Chagas, porém, mantém os nomes em sigilo para não atrapalhar as investigações.

“Como as informações são muito informais e tênues e vão depender das provas testemunhais que vamos realizar, das diligências que estamos fazendo e das imagens que vamos analisar, não posso falar em nomes e como chegamos até eles para não prejudicar a investigação. Posso dizer, que a polícia tem suspeitos e penso que, até bastante óbvio, o delito de injúria no campo é muito difícil que tenha sido cometido somente por uma pessoa.  Então, é uma prova delicada de produzir. Temos que provar a autoria dos delitos, tanto dos danos, quanto da injúria, mas é uma prova delicada. Apesar do crime não ter uma pena tão alta, é um crime socialmente grave. Me reservo na prerrogativa de não divulgar muito sobre isso para não prejudicar as investigações”, afirmou a delegada Deise Ruschel ao UOL Esporte.

A Polícia Civil solicitou ao Esportivo, a Brigada Militar e a RBSTV, que transmite o campeonato, as imagens da partida para tentar identificar todos os responsáveis pelo episódio. A partir de segunda-feira serão ouvidos: o árbitro Márcio Chagas, os seus auxiliares, o presidente do Esportivo, Luis Oselame, e o vice-presidente Vladimir Santos de Oliveira.

O Esportivo publicou uma nota oficial de repúdio as atitudes racistas dentro e no entorno do estádio na partida contra o Veranópolis.  O presidente Luís Delano Oselame lamentou o fato e conclamou a comunidade de Bento Gonçalves a denunciar os responsáveis pelo episódio.

“Estamos com uma campanha para identificar as pessoas que verbalizaram contra o árbitro. Estamos recorrendo à polícia para ajudar. Já temos um nome de um indivíduo que teria sido o agressor verbal. Queria que as pessoas entendesse que não estamos contra a vítima. Bem pelo contrário, nos solidarizamos com ele. Queremos que essas questões se resolvam no fórum adequado e competente para isso. Estamos empenhados em identificar o agressor ou os agressores. Senão, o Esportivo será penalizado”, declarou Oselame à Rádio Bandeirantes.